O cabo da Polícia Militar, Edmilson Bispo da Silva, acusado de assassinar um jovem de 20 anos, vai a júri popular. A decisão foi assinada na segunda-feira (6) pelo juiz Armando Duarte Mesquita Júnior. O crime aconteceu no dia 20 de julho de 2023, na zona rural do município de Queimadas, Norte da Bahia. A vítima foi Alberto dos Santos Pereira.
"Destarte, restam demonstrados suficientemente que os indícios da autoria do crime recaem sobre o denunciado, especialmente porque não há nenhum elemento de cognição que afaste por completo a versão acusatória. As provas produzidas revelaram-se coesas, seguras e convergentes, formando, portanto, um conjunto probatório unitário e coerente, indicando que o acusado teria, supostamente, praticado as infrações que lhe são imputada", escreveu o magistrado.
O policial vai responder por homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa do ofendido. Além disso, foi denunciado por furto, já que o celular da vítima teria sumido do local onde o homicídio aconteceu.
Testemunhas de acusação e defesa, além do próprio policial, foram ouvidas em duas audiências de instrução e julgamento, ocorridas entre os meses de fevereiro e março. Edmilson Bispo negou o homicídio, e disse não entender o motivo de estar sendo acusado. Principal testemunha, o irmão que estava com Alberto no momento da ação argumentou em juízo que viu o PM descer de um veículo e disparar diversas vezes contra o jovem.
Ainda não há uma data para que o júri popular ocorra. Na mesma decisão, o juiz Armando Mesquita manteve a prisaão preventiva do policial militar.
CASO
Alberto estava saindo da lavoura, com seu irmão, quando foi surpreendido por dois homens, que estavam em um veículo. O cabo Bispo, que não usava nenhum tipo de capuz, teria mandado ambos correrem e atirou. Alberto morreu na hora, enquanto o outro rapaz conseguiu escapar. Ele é a principal testemunha.
Foi o pai deles dois, Adão, quem teve a coragem de denunciar. "Eu quero que a Corregedoria de Senhor do Bonfim veja isso. O policial Bispo matou o meu menino", gritou, em vídeo feito no momento em que o corpo ainda aguardava a remoção realizada pelo Departamento de Polícia Técnica. Essa imagem viralizou nas redes sociais.
O Ministério Público da Bahia disse que a motivação do homicídio foi um desentendimento entre vítima e suspeito, nos festejos de Queimadas. O cabo teria ficado com raiva e resolveu descontar meses depois.