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PM é acusado de estuprar menino de 12 anos em Conceição do Coité e recebe processo administrativo

Data:
Jean Mendes

Ministério Público da Bahia garante que o caso aconteceu na casa do PM, no distrito de Salgadália, no dia 19 de agosto de 2023

PM é acusado de estuprar menino de 12 anos em Conceição do Coité e recebe processo administrativo
Reprodução/Haeckel Dias/Ascom-PC

Um soldado da Polícia Militar é acusado de estuprar um menino de 12 anos em Conceição do Coité, a 220 km de Salvador. O policial é Jefferson da Silva Carvalho, que trabalha em uma Companhia Independente em Feira de Santana. O Ministério Público da Bahia garante que o caso aconteceu na casa do PM, no distrito de Salgadália, no dia 19 de agosto de 2023. Segundo a denúncia, o servidor público apertou partes íntimas do jovem.

O adolescente contou à mãe o que teria acontecido, minutos depois. A mulher, então, procurou o Conselho Tutelar de Conceição do Coité. Mãe e vítima foram ouvidas pelo órgão e registraram queixa na Delegacia Territorial. Duas conselheiras que ouviram o menino prestaram depoimento ao Tribunal de Justiça, em uma das audiências do caso. Os nomes delas serão preservados. Ambas foram enfáticas ao dizerem, em juízo, que o adolescente detalhou.

"A criança alegou que estava jogando futebol e que, ao retornar, a mãe pediu para passar em algum lugar, para pegar um dinheiro. Nisso, foi convidado para ir à casa de um senhor, que é Jefferson. Lá, ele pediu que o menino para que manuseasse uma arma. Ele [adolescente] detalhava, dizendo que armava e desarmava. Jefferson havia perguntado se a criança sabia manusear uma arma", contou a primeira na audiência, ouvida pelo MP e advogados do PM.

"Enquanto manuseava a arma, o [menino relatou que] Jefferson tocava nas partes íntimas dele, que chegou a doer. Que ele saiu do ambiente e, ao sair, se deparou com um cachorro, mas que o senhor teria dito que não era para contar a ninguém. Em casa, ele contou para a mãe", sustentou a conselheira.

A outra conselheira reforçou o estado emocional que a vítima estava no momento em que foi ouvida, no primeiro momento. "A criança falava a todo o tempo que estava com medo de denunciar, por se tratar de um policial militar. A gente precisava ouvir a criança [...] Confirmou que chegou a pegar na arma e que a pessoa teria tocado nas suas partes íntimas", sustentou, na mesma audiência que a colega foi ouvida, no fórum de Conceição do Coité.

Um ponto de discordância entre as duas testemunhas já ouvidas no processo foi se a criança teria relatado ter feito sexo anal com o PM. "Perguntei se o policial tentou fazer penetração anal. Ele [menino] disse que sim, que doeu. Depois, ficou muito constrangido", disse a primeira. "Eu perguntei se teria tido conjução carnal. Ele disse que não, que foi só o toque. A mãe também relatou que não houve", sustentou a segunda.

O Portal do Casé procurou os advogados do policial militar. Nenhum aceitou dar entrevista para falar sobre a situação. Eles não explicaram se o cliente responde ao processo em liberdade ou preso.

PROCESSO ADMINISTRATIVO

Além do processo judicial, Jefferson - que já foi lotado na Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE/Nordeste) - agora vai responder a um Processo Administrativo Disciplinar, no âmbito da própria Polícia Militar. O PAD, assinado no último dia 25 de abril pelo comandante-geral, coronel Paulo Coutinho, proíbe o soldado, temporariamente, de usar uniforme e armas pelo prazo de 30 dias, prorrogável por mais 30.

Apuração da reportagem do Portal do Casé aponta que, no Processo Administrativo, está detalhada a denúncia: "Ao chegar ao local, pediu para o adolescente sentar em uma cama, levantou a camisa deste e passou a acariciar suas costas e apalpar seus órgãos genitais", argumenta.

A ação da PM traz um novo fato, de que outro adolescente estaria na casa de Jefferson. "[...] Enquanto isso, outro adolescente que se encontrava na residência, de inicial L, pegou uma arma de fogo, tipo pistola, de propriedade do acusado, e colocou na mão do adolescente A.R.P.C, ajudando-o a manusear, desmontando e montando a arma; logo em seguida o adolescente A.R.P.C saiu correndo e ouviu o acusado dizendo que não era para comentar com ninguém".

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