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PM manda prender mais um influenciador digital, agora aspirante; ele já recebeu honraria da SSP

Data:
Jean Mendes

O policial tem cerca de 20 mil seguidores somente no Instagram

PM manda prender mais um influenciador digital, agora aspirante; ele já recebeu honraria da SSP
Divulgação/SSP

A Polícia Militar mandou prender, administrativamente e por 30 dias, mais um agente, também influenciador digital. Agora, o alvo do Processo Disciplinar Sumário foi o aspirante a oficial Luís Leonardo Umburana. A decisão foi assinada pelo comandante-geral da corporação, coronel Paulo Coutinho, no final da segunda semana de agosto. 

O policial tem cerca de 20 mil seguidores somente no Instagram. O Portal do Casé apurou que Umburana realizou propagandas nas redes sociais usando o fardamento da Polícia Militar em pelo menos duas oportunidades, no ano de 2023. A oficial encarregada pela investigação entendeu que o acusado deveria ser punido, pela existência de provas "suficientes que demonstraram que o respondente agiu em desacordo com as normas da corporação".

Ainda conforme o relatório, ao postar as imagens uniformizado, "o respondente induz ou confunde os seguidores a acreditarem na natureza institucional das publicações, comprometendo a imagem da PM".

A defesa do aspirante, comandada pelo advogado Iuri Rodrigues, se manifestou durante o processo. O policial militar argumentou que foi surpreendido pela acusação, e que sua trajetória na corporação seria excelente, com prêmios e homenagens. Ele, inclusive, foi o primeiro colocado da turma enquanto era aluno-a-oficial, no ano de 2021. Na época, foi agraciado com uma homenagem pelo então secretário da Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino. 

Leonardo Umburana sustentou ainda na sua defesa que não se apresenta como PM nas redes sociais, mas como professor. Ainda ressaltou que as postagens, no seu entendimento, não violavam as diretrizes da corporação. O aspirante é lotado na 38ª Companhia Independente (CIPM/Bom Jesus da Lapa) e deve cumprir a detenção na sede do Comando de Policiamento da Região Meio Oeste.

OUTROS CASOS

Luís Leonardo é o quarto policial militar, somente entre julho e agosto, condenado de forma administrativa por utilização equivocada das redes sociais. Clézio Santana Lins, lotado na 59ª Companhia Independente (CIPM/Vila de Abrantes); Flora Thais Machado do Nascimento, do Batalhão de Polícia Rodoviária; e Alba Valéria Pereira de Mattos, lotada na Companhia de Proteção Ambiental de Porto Seguro, foram condenados em processos diferentes por exposição nas redes sociais.

Alba também estava respondendo a um Processo Disciplinar Sumário por realizar postagens no Instagram "demonstrando a utilização de fardamento e acessórios da corporação de uma forma equivocada".

Um capitão foi o responsável pelas investigações. Ele entendeu que a soldado - que tem mais de 49 mil seguidores no Instagram - usou as imagens da Polícia Militar em desacordo com os requisitos "estabelecidos na portaria que regula tais comportamentos, sendo cediço o inescusável da parte do policial".

Lins, que recebeu um Processo Administrativo Disciplinar, tem pouco mais de 42 mil seguidores somente no Instagram. Ele foi investigado por dar detalhes, em um podcast, de uma abordagem policial em que um dos agentes da guarnição teria furtado a calcinha de uma mulher. A situação chegou ao conhecimento do Comando-Geral da PM em outubro de 2023. No mesmo mês, Lins foi afastado das atividades operacionais.

O relatório que condenou a soldado Flora, assim como o de Leonardo, foi oriundo de um PDS. A Polícia Militar abriu o feito após, segundo a própria corporação, a agente postar propagandas de diversos produtos, inclusive fardada, entre abril e junho de 2023. Entre as "publis" estariam lojas de biquíni, shows e até jogos de azar. 

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