A Polícia Militar mandou prender, de forma administrativa e por 30 dias, a soldado e influenciadora digital Alba Valéria Pereira de Mattos. Lotada na Companhia de Proteção Ambiental de Porto Seguro, ela estava respondendo a um Processo Disciplinar Sumário (PDS) por realizar postagens no Instagram "demonstrando a utilização de fardamento e acessórios da corporação de uma forma equivocada".
Um capitão foi o responsável pelas investigações. Ele entendeu que a soldado - que tem mais de 49 mil seguidores no Instagram - usou as imagens da Polícia Militar em desacordo com os requisitos "estabelecidos na portaria que regula tais comportamentos, sendo cediço o inescusável da parte do policial". A punição, assinada pelo comandante-geral, coronel Paulo Coutinho, deve ser cumprida na própria sede da COPPA.
Alba se defende. No decorrer do processo, ela explicou que trabalhava na Base Comunitária de Segurança de Monte Cristo/Itabuna e entendeu que divulgava ações da unidade por meio do Instagram a pedido de superiores. Oficiais ouvidos confirmaram essa situação. Por meio dos stories, no Instagram, a soldado desabafou, chegando a falar em “raiva”, na sexta-feira (2). No vídeo, reforçou a mesma defesa que utilizou no decorrer do processo.
"[No documento] fala que eu utilizei fotos da instituição fardada, onde sempre enalteci aqui e sempre encorajei mulheres [...] Eu trabalhei por muito tempo na Base Comunitária. Criei um projeto social que aplicava e amava. Com isso, a gente ia até empresários solicitando doações para que os projetos tivessem andamento. Eu dava minha cara e utilizava a imagem da instituição, porque isso era solicitado a mim", disse.
No PDS, o capitão responsável pelas investigações reforçou que "as ações de divulgação em mídia perpetradas pela acusada no transcurso de parte da sua atividade profissional, notadamente no desempenho de suas funções na BCS/Monte Cristo, no Instagram da OPM, foram autorizadas, conforme a aquiescência dos Oficiais que testemunharam no feito".
OUTROS CASOS
Alba é a terceira policial militar, somente neste mês de julho, que é condenada de forma administrativa por utilização equivocada das redes sociais. Clézio Santana Lins, lotado na 59ª Companhia Independente (CIPM/Vila de Abrantes), e Flora Thais Machado do Nascimento, do Batalhão de Polícia Rodoviária, foram condenados em processos diferentes por exposição nas redes sociais.
Lins, que recebeu um Processo Administrativo Disciplinar, tem pouco mais de 42 mil seguidores somente no Instagram. Ele foi investigado por dar detalhes, em um podcast, de uma abordagem policial em que um dos agentes da guarnição teria furtado a calcinha de uma mulher. A situação chegou ao conhecimento do Comando-Geral da PM em outubro de 2023. No mesmo mês, Lins foi afastado das atividades operacionais.
O relatório que condenou a soldado Flora foi oriundo de um Processo Disciplinar Sumário (PDS). A Polícia Militar abriu o feito após, segundo a própria corporação, a agente postar propagandas de diversos produtos, inclusive fardada, entre abril e junho de 2023. Entre as "publis" estariam lojas de biquíni, shows e até jogos de azar.
