A Polícia Federal (PF), em relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou a trama golpista no final de 2022. Os policiais também apontaram que a ruptura democrática não foi concretizada por "circunstância alheias à sua vontade".
"Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, JAIR MESSIAS BOLSONARO, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa que objetivava a concretização de um Golpe de Estado e da Abolição do Estado Democrático de Direito, fato que não se consumou em razão de circunstâncias alheias à sua vontade", escreveu.
O relatório foi enviado para a Procuradoria-Geral da República (PGR) realizar a análise. O órgão é o responsável por decidir se denuncia ou não os investigados.
Na segunda-feira (25), Bolsonaro negou ter conhecimentos sobre os planos investigados pela PF para matar o presidente Lula (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.
"Esquece, jamais. Dentro das quatro linhas não tem pena de morte", afirmou. Porém, o ex-presidente confessou ter planejado decretar, junto com aliados e militares, estado de sítio após a derrota na disputa eleitoral de 2022.
"Tem que estar envolvidas todas as Forças Armadas, senão não existe golpe. Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando", disse Bolsonaro.