O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) se posicionou a respeito do chamado ‘Acarajé Burger’, comercializado em Aracaju. Segundo o Instituto, a "alteração no modo de fazer um bem cultural, como o acarajé, gera preocupação".
Para o IPAC, essas mudanças podem comprometer sua essência e colocar em risco um legado construído ao longo de gerações.
"As características e referências culturais relevantes pelos detentores do bem, que lhes garantiram o título de Patrimônio Imaterial, devem ser protegidas pelo coletivo detentor, toda a sociedade civil e o Estado", afirmou o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia.
O ofício da Baiana de Acarajé foi reconhecido como patrimônio imaterial da Bahia desde 2012, e, em novembro deste ano, o título foi revalidado, em um gesto que destaca a importância dessa tradição para o estado. Além disso, o acarajé preparado com feijão-fradinho também se tornou um patrimônio cultural.
"Este bem, carregado de história e representatividade, precisa ser respeitado. O IPAC, unidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (SeculBa), trabalha para que sua tradição seja perpetuada, garantindo que a identidade desse símbolo permaneça intacta, mesmo com o passar do tempo", concluiu.
O "Acarajeburguer", uma versão moderna do bolinho de acarajé, criada por um restaurante sergipano, substitui a tradicional massa de feijão-fradinho por um hamburguer de acarajé, recheada com ingredientes como queijo, bacon e molho especial. A ideia inovadora desafiou a tradição e a identidade cultural baiana.
A polêmica gerou debates acalorados nas redes sociais, com muitos defendendo a preservação da tradição e outros argumentando que a inovação é necessária para atrair novos consumidores.