O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) suspendeu, de forma cautelar, o contrato com a operadora financeira Crefisa. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (21), foi motivada por inúmeras reclamações de aposentados e pensionistas que recebem benefícios pela instituição.
A suspensão atinge apenas novos pagamentos de benefícios e, segundo o INSS, é necessária para cessar irregularidades até a conclusão das investigações.
As queixas mais frequentes relatam dificuldades para saque integral, coação para abertura de contas e venda casada de produtos. Há também denúncias de falta de estrutura nas agências, longas filas, ausência de caixas eletrônicos e problemas na portabilidade.
“O INSS não compactua com práticas que tragam prejuízos ou desconfortos aos beneficiários, especialmente aos mais vulneráveis”, informou o instituto em nota.
A Crefisa disse ter sido surpreendida com a decisão e negou qualquer irregularidade. A operadora afirmou cumprir integralmente o contrato com o INSS e destacou ter investido mais de R$ 1 bilhão em tecnologia e modernização desde 2020.
Segundo o banco, menos de 5% dos clientes abriram conta-corrente na instituição e não há coação, atrasos ou limitações para saque. A Crefisa afirmou ainda que um novo sistema de triagem de atendimento está em implantação e que sua taxa de reclamações é inferior a 1%.
A disputa pelo contrato ocorreu em outubro de 2024, quando a Crefisa venceu 23 concorrentes em pregão do INSS e garantiu 25 dos 26 lotes para pagamento de benefícios entre 2025 e 2029.
O despacho publicado no Diário Oficial da União foi assinado pelo presidente do INSS, Gilberto Waller, e aponta descumprimento de cláusulas contratuais.
Em nota, a Associação Brasileira de Procons (ProconsBrasil) classificou como correta a suspensão preventiva.