O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que Brasil e Estados Unidos realizarão, nesta quinta-feira (16), uma reunião para discutir a taxação adicional imposta aos produtos brasileiros exportados para o mercado norte-americano. Este será o primeiro encontro oficial após a conversa recente entre Lula e o presidente Donald Trump.
Em tom descontraído, Lula comentou a videoconferência que manteve com Trump na semana passada. “Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, brincou, em referência à fala do norte-americano sobre a “química excelente” entre os dois na Assembleia Geral da ONU, em setembro.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lidera a delegação brasileira em Washington. Ele foi convidado pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que assumiu a coordenação das tratativas pelo lado americano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil apresentará argumentos econômicos sólidos para tentar reverter o tarifaço, destacando que as medidas têm elevado o custo de vida nos Estados Unidos. Haddad lembrou ainda que o país norte-americano mantém superávit comercial com o Brasil e tem amplas oportunidades de investimento em setores como energia limpa, minerais críticos e tecnologia verde.
O tarifaço faz parte da política comercial implementada por Trump para conter a perda de competitividade dos EUA frente à China. Em abril, Washington impôs barreiras alfandegárias baseadas no déficit comercial com cada país. O Brasil, com saldo favorável aos americanos, recebeu inicialmente uma taxa de 10%, mas, em agosto, passou a ser alvo de uma tarifa adicional de 40%.
A medida foi justificada como resposta a decisões brasileiras consideradas prejudiciais às big techs dos EUA e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os produtos atingidos estão café, frutas e carnes, enquanto sucos, minérios, combustíveis e aeronaves civis ficaram fora da lista.