Um relatório divulgado nesta segunda-feira (31) por um escritório ligado ao governo dos Estados Unidos critica as tarifas impostas pelo Brasil às importações. O documento questiona a taxação sobre produtos como etanol, filmes, bebidas alcoólicas, telecomunicações, máquinas, equipamentos e carne suína, além de destacar a preferência dada pela legislação brasileira aos produtores nacionais.
O relatório deve embasar o novo conjunto de tarifas que o presidente dos EUA, Donald Trump, promete anunciar nesta quarta-feira (2), chamado de "Dia da Libertação".
Trump afirmou que as novas medidas incluirão "tarifas recíprocas" sobre produtos de países que impõem impostos sobre bens e produtos estadunidenses.
O Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) elaborou o documento de quase 400 páginas, que detalha as tarifas enfrentadas pelos EUA ao exportar para 59 países ou blocos comerciais, incluindo a União Europeia, China, Reino Unido, Argentina e México.
O Brasil ocupa seis páginas do relatório, sendo descrito como uma nação que impõe tarifas relativamente altas sobre uma ampla gama de setores, como automóveis, peças automotivas, tecnologia da informação, eletrônicos, produtos químicos, plásticos, máquinas industriais, aço, têxteis e vestuário.
O USTR também destaca que os exportadores dos EUA enfrentam incertezas no mercado brasileiro devido às frequentes mudanças nas taxas tarifárias, dentro das flexibilidades do MERCOSUL.
"A falta de previsibilidade dificulta para os exportadores dos EUA a previsão dos custos de fazer negócios no Brasil", aponta o relatório.