A família da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, denunciou neste domingo (29) o que classifica como descaso da companhia aérea Emirates no processo de traslado do corpo da jovem, que morreu durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia. Pelas redes sociais, os parentes afirmam que a empresa não confirmou o voo de retorno entre Bali e o Rio de Janeiro.
"É descaso do início ao fim. Precisamos da confirmação do voo da Juliana urgente. Precisamos que a Emirates se mexa e traga Juliana para casa", diz uma publicação feita em um perfil no Instagram criado para acompanhar o caso.
Horas depois, a família voltou a se manifestar, dizendo que o voo já havia sido confirmado, mas que a Emirates alegou falta de espaço no compartimento de bagagens, impedindo o transporte do corpo. O pai da jovem, Manoel Marins, está na Indonésia desde a semana passada para acompanhar de perto os trâmites de repatriação.
Procurada, a Emirates informou que está apurando o caso internamente.
Queda e demora no resgate
Juliana Marins caiu de um penhasco no último dia 21 de junho, enquanto fazia trilha no Monte Rinjani. Imagens captadas por drone mostraram que ela ainda apresentava sinais de vida após a queda, o que gerou expectativa de resgate. A família, no entanto, criticou a demora no início da operação.
A confirmação da morte veio três dias depois, em 24 de junho. O corpo foi resgatado apenas no dia seguinte. Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia, fatores como chuvas intensas, terreno de difícil acesso e falhas logísticas dificultaram a ação.
Laudo e causa da morte
Um laudo de autópsia feito na Indonésia apontou que Juliana morreu por hemorragia interna, causada por fraturas e lesões em órgãos. A morte teria ocorrido em menos de 20 minutos após o início do sangramento. A possibilidade de morte por hipotermia foi descartada.
Apoio e homenagens
Sensibilizada com o caso, a Prefeitura de Niterói, cidade onde Juliana morava, repassou R$ 55 mil à família para cobrir os custos do traslado. Como forma de homenagem, uma trilha e um mirante da cidade foram rebatizados com o nome da jovem.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o Ministério das Relações Exteriores acompanhasse o caso de perto. Na última sexta-feira (27), um decreto publicado no Diário Oficial da União autorizou o governo federal a arcar com os custos de traslado de brasileiros mortos no exterior.