A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira (10) como a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, em reconhecimento ao seu trabalho na defesa dos direitos democráticos e na busca por uma transição pacífica da ditadura de Nicolás Maduro para a democracia.
Segundo o comitê norueguês, Machado representa “uma mulher que mantém acesa a chama da democracia em meio à escuridão crescente”. A nota oficial destaca sua “coragem extraordinária” e sua capacidade de unir a oposição em um dos contextos políticos mais repressivos da América Latina.
A opositora vive escondida desde agosto de 2024, após denunciar fraude nas eleições presidenciais venezuelanas. Na época, publicou uma carta no Wall Street Journal intitulada “Posso provar que Maduro foi derrotado”, na qual afirmou temer por sua vida e acusou o regime de perseguição política.
O presidente do Comitê do Nobel, Jørgen Watne Frydnes, afirmou esperar que o prêmio “apoie sua causa e não a limite”, reconhecendo que sua situação de segurança é grave.
Maria Corina Machado iniciou a carreira política há mais de duas décadas, à frente da ONG Súmate, responsável por impulsionar o referendo revogatório contra Hugo Chávez em 2004. Conhecida por sua postura firme, protagonizou embates diretos com o chavismo, como quando chamou Chávez de ladrão em plena Assembleia Nacional, ao dizer: “Expropriar é roubar.”
Mesmo impedida de disputar eleições por 15 anos, Machado se tornou símbolo da resistência democrática na Venezuela, conquistando 93% dos votos nas primárias oposicionistas de 2023 e galvanizando apoio popular dentro e fora do país.