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Neandertal de 6 anos pode ser o 1º caso de síndrome de Down já registrado na história

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Da redação

Cientistas da Universidade de Alcalá, em Madrid, na Espanha, afirmam que ossos datam há mais de 145 mil anos

Neandertal de 6 anos pode ser o 1º caso de síndrome de Down já registrado na história
Wolfgang Sauber/Wikimedia Commons

Cientistas da Universidade de Alcalá, em Madrid, na Espanha, alegam ter descoberto o primeiro caso de síndrome de Down em neandertais. A equipe analisou um pequeno fragmento craniano de uma criança de seis anos chamada 'Tina', que viveu há mais de 1.450 mil anos, descobrindo que o fóssil tinha características consistentes em crianças com a doença genética.

A análise mostrou que Tina sofria de uma patologia congênita no ouvido interno que pode estar ligada ao distúrbio genético e provavelmente causava perda auditiva grave e vertigem incapacitante.

A descoberta sugeriu que os Neandertais eram capazes de fornecer cuidados altruístas e apoio a um membro vulnerável do seu grupo social, uma vez que a criança sobreviveu anos após o nascimento.

“Até agora, só era possível diagnosticar a síndrome de Down em espécimes fósseis através da análise de DNA antigo. No nosso trabalho conseguimos diagnosticá-lo através de um estudo anatômico do ouvido interno. Isto abre a possibilidade de estudar a presença potencial da síndrome de Down em espécimes fósseis e, assim, poder documentar a sua prevalência em populações passadas”, afirma Mercedes Conde-Valverde, professora da Universidade de Alcalá e principal autora do estudo.

Os pesquisadores usaram tomografia microcomputadorizada no fóssil, uma técnica de imagem 3D que utiliza raios X para ver o interior de um objeto, fatia por fatia. A varredura digital mostrou uma combinação de anormalidades no ouvido interno consistentes com síndrome de Down.

Segundo os pesquisadores, devido a patologia, era improvável que a mãe da criança sozinha pudesse ter prestado todos os cuidados necessários e, ao mesmo tempo, atender às suas próprias necessidades, precisando ser auxiliada por outras pessoas.

A varredura foi comparada a outra orelha digital de Neandertal de uma criança da mesma idade, mostrando uma diferença em relação à de Tina.

Os pesquisadores também identificaram malformação no canal semicircular lateral, que pesquisas anteriores consideraram comum em indivíduos com síndrome de Down.

 

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