A Polícia Federal informou ao ministro Alexandre de Moraes que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) não adotou medidas concretas para coagir o Supremo ou atrapalhar investigações. O relatório, enviado nesta sexta-feira (19), integra o inquérito que apura suspeitas de coação no curso do processo e tentativa de obstrução da Justiça. Segundo a PF, apesar das declarações e postagens da parlamentar, não houve atos que comprometessem a ação penal.
O inquérito foi aberto em junho, após Zambelli fugir para a Itália para evitar cumprir a pena de 10 anos de prisão imposta pelo STF pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023. As investigações apontam que ela foi a mandante do ataque virtual executado por Walter Delgatti, que disse ter agido a mando da deputada. Antes da viagem, Zambelli passou pelos Estados Unidos, onde fez críticas públicas a Moraes.
No relatório, a PF destacou que a conduta da parlamentar “não ultrapassou o campo da retórica” e não há provas de articulação que configure obstrução. Moraes decidirá agora se arquiva o caso, solicita novas diligências ou encaminha o processo à Procuradoria-Geral da República.
O pedido de extradição de Zambelli já foi enviado pelo Itamaraty ao governo italiano.