O tradicional queijo gorgonzola, amplamente consumido no Brasil, deverá ter sua denominação alterada. A mudança decorre do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que protege indicações geográficas (IGs) de produtos europeus.
Com a medida, produtores do Mercosul, incluindo os brasileiros, não poderão mais usar o nome “gorgonzola”, nem mesmo com expressões como “tipo” ou “estilo”, para evitar associação com o queijo original do norte da Itália.
Outros nomes populares também serão afetados, como parmesão, presunto parma e champanhe. Em contrapartida, o Mercosul garantiu a proteção de 222 IGs sul-americanas, como o salame de Tandil, da Argentina.
O acordo, assinado em dezembro de 2024 após mais de 20 anos de negociações, determina que apenas produtos fabricados em suas regiões de origem poderão usar os nomes protegidos. O gorgonzola, por exemplo, é exclusivo de províncias do norte italiano, com DOP registrada desde 1996.
Empresas que já usavam esses nomes antes das datas definidas no acordo poderão continuar, desde que comprovem o uso anterior. O Ministério da Agricultura do Brasil já divulgou listas de estabelecimentos habilitados.
A mudança depende da ratificação do acordo pelos parlamentos dos países envolvidos. Até lá, produtores e consumidores devem se preparar para novas denominações no mercado.