Ao completar 60 anos em 2024, o histórico Teatro Vila Velha (TVV), em Salvador, ganhará uma nova roupagem que vai garantir conforto, segurança e qualidade técnica dos espetáculos aos frequentadores, artistas e trabalhadores do teatro.
Os detalhes das ações de modernização, a serem realizadas pela Prefeitura, foram apresentados por gestores municipais e representantes do TVV em coletiva realizada nesta quarta-feira (4), no Passeio Público, na Avenida Sete de Setembro.
Com projeto coordenado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e com participação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), Secretaria de Manutenção da Cidade (Seman) e Superintendência de Obras Públicas (Sucop), a obra tem previsão de ser concluída no final de 2025.
A execução do serviço promoverá um novo eixo de circulação para o teatro (passarela, escadas e elevador), além de novo volume na cobertura (área administrativa), qualificação dos ambientes internos e criação de depósito externo.
O formato do palco será mantido e ganhará melhor capacidade técnica, com tecnologias e equipamentos de ponta. Também estão previstas a implantação de novo sistema de ar-condicionado, a qualificação acústica, a adequação do sistema elétrico do teatro, a adequação à legislação de acessibilidade universal e o Projeto de Combate ao Incêndio.
O secretário de Cultura e Turismo, Pedro Tourinho, reforça que este é um momento importante para a cultura de Salvador.
“Este projeto foi feito com muito carinho. Nós assinamos o contrato de licitação ontem (3) e a duração da obra está em torno de 300 dias, com investimento de aproximadamente R$11 milhões somente na parte física. Ainda devemos investir cerca de R$10 milhões em novos equipamentos”, disse.
O gestor relevou ainda que em breve será assinada a ordem de serviço para início das intervenções. “Vamos conseguir entregar o TVV da melhor forma possível e no prazo, para já estarmos no ano que vem com o teatro aberto, funcionando em toda a sua potência”, completou Tourinho.
O presidente da Fundação Gregório de Mattos (FGM), Fernando Guerreiro, relembrou a história e o significado que o TVV possui na própria vida, relembrando artistas como Harildo Déda e Bemvindo Siqueira.
“Foi aqui onde comecei a me apaixonar pelo teatro. Inclusive o Vila Velha foi um grande polo de resistência à ditadura militar. É um teatro que tem uma história muito forte, de pertencimento com a cidade, não só artístico, como também político. Então é um movimento importantíssimo essa ideia de repaginar esse espaço, porque traz de volta um equipamento que já faz parte do patrimônio da cidade”, avaliou.
“Há 60 anos, quando o teatro foi inaugurado, ele foi muito importante para a cultura brasileira, porque muitas coisas que depois modificaram o Brasil surgiram aqui, como os tropicalistas, os Novos Baianos, o (ator) Othon Bastos, a (atriz e cantora) Virgínia Rodrigues, uma porrada de gente. É um espaço importante para a cidade e para o país”, disse o criador do Bando de Teatro Olodum e diretor do Teatro Vila Velha, Márcio Meirelles.
Meirelles lembra que o projeto apresentado foi pensado e construído a partir da acessibilidade de pessoas com deficiência e das comunidades da cidade. “Junto com o projeto, a gente tem uma contrapartida, que é ter apresentações com audiodescrição e com Libras, pensando na inclusão de todos. Também temos um grande trabalho sendo feito com comunidades ao redor, como Gamboa, Solar do Unhão, Vila Brandão e Alagados”, completou.