A Egiodola é uma uva fascinante que merece destaque no mundo do vinho. Embora ainda pouco conhecida no Brasil, essa casta de origem francesa tem conquistado espaço em vinhedos nacionais e surpreendido apreciadores com sua personalidade marcante e versatilidade.
Criada no sudoeste da França, mais especificamente na região do País Basco francês, essa variedade híbrida surgiu nos anos 50, fruto do cruzamento entre as uvas Tannat e Abouriou, com o objetivo de desenvolver uma casta que mantivesse a estrutura e intensidade da Tannat, mas com maturação mais precoce e taninos mais acessíveis; criando assim, vinhos estruturados e de coloração intensa. Seu nome é uma contração das palavras bascas egiasko odola que significam "sangue de verdade” ou “sangue puro”, o que já revela um pouco do caráter vibrante dessa uva.
Os vinhos produzidos com Egiodola costumam apresentar uma coloração intensa, aromas avantajados e um leve toque de especiarias. Na boca, são estruturados, porém equilibrados, com taninos macios e uma acidez agradável; essas características fazem deste exemplar uma excelente opção para quem aprecia uma bebida robusta, mas harmoniosa. Além da França, a uva encontrou espaço em alguns países da América do Sul, especialmente no Brasil e no Uruguai, onde tem sido explorada por produtores que buscam oferecer opções diferenciadas aos consumidores.
No Brasil, algumas vinícolas vêm apostando na Egiodola para criar rótulos autênticos e de personalidade marcante, principalmente na Serra Gaúcha, onde se adapta bem ao clima e solo da região, a exemplo da Vinícola Quinta Don Bonifácio, que é uma das que investiram nessa variedade, produzindo um vinho de boa estrutura e ótima relação custo-benefício. Entre os rótulos disponíveis no mercado nacional destacam-se o Egiodola da Vinícola Peruzzo e o Egiodola da Arteviva Vinhos Naturais, ambos expressando a potência e elegância que a uva pode oferecer.
Uma característica interessante é que, por ter uma maturação precoce, ela se adequa bem a climas variados, permitindo uma boa expressão em regiões de temperaturas moderadas além de se mostrar altamente adaptável a diferentes terroirs, o que tem despertado o interesse de produtores em diversas regiões. No Brasil, sua presença ainda é discreta, mas seu potencial promissor pode fazê-la ganhar mais espaço nos próximos anos.
Os rótulos dessa casta costumam apresentar notas de frutas vermelhas maduras, especiarias e um leve toque terroso, tornando-os bastante interessantes para harmonizações gastronômicas com pratos de sabor intenso. Uma excelente escolha é o cordeiro assado com ervas, pois a estrutura do vinho complementa a suculência da carne e realça seus temperos. Outra opção é o risoto de funghi, cuja cremosidade e notas terrosas dos cogumelos dialogam perfeitamente com os aromas e a acidez equilibrada desse tinto vibrante.
Se você deseja experimentar um rótulo diferente, com boa estrutura e equilíbrio, vale a pena buscar um Egiodola. Essa casta ainda não é amplamente conhecida, mas sua qualidade e potencial a tornam uma excelente opção para quem quer expandir horizontes enológicos. Afinal, explorar novas uvas é uma das melhores formas de enriquecer a jornada no universo dos vinhos!
Até nosso próximo encontro. TIM-TIM!
