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Aliados baianos de Bolsonaro criticam prisão do ex-presidente: 'Perseguição'

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Da redação

Parlamentares classificaram a medida como “política”, “desproporcional” e parte de um “processo de perseguição”

Aliados baianos de Bolsonaro criticam prisão do ex-presidente: 'Perseguição'
Divulgação

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que converteu a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro em prisão preventiva, provocou forte reação entre aliados do ex-presidente. Parlamentares classificaram a medida como “política”, “desproporcional” e parte de um “processo de perseguição”.

O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) afirmou que a decisão não se sustenta juridicamente e representa uma “escalada autoritária” no STF. Ele criticou o que chamou de “duplo padrão” ao comparar a vigília realizada em apoio a Lula, durante os 580 dias em que o petista esteve preso, com a reação do Supremo ao anúncio de uma vigília pró-Bolsonaro. Para Alden, a prisão preventiva decretada em menos de 24 horas reforça um ambiente de desequilíbrio institucional.

O parlamentar também contestou a interpretação de Moraes sobre uma falha na tornozeleira eletrônica, argumentando que problemas técnicos são comuns e não deveriam ser tratados como tentativa de fuga. Ele afirmou que a decisão foi baseada em “narrativas” e indícios frágeis, usados para justificar o que considera um controle político sobre Bolsonaro e seus aliados.

Alden ainda chamou atenção para o fato de a ordem ter sido expedida no dia 22, número do PL, interpretando o gesto como “simbologia política” e não coincidência. Segundo ele, a repetição do número, também usado em multa aplicada anteriormente ao partido, reforça a percepção de perda de imparcialidade no processo.

A pré-candidata a deputada federal Raíssa Soares, uma das principais aliadas de Bolsonaro na Bahia, também condenou a prisão, classificando-a como “a maior perseguição política da história recente”. Em nota, afirmou ter recebido a notícia com “profunda indignação” e disse que a decisão ultrapassa limites aceitáveis no Estado de Direito.

Raíssa declarou que a medida busca silenciar opositores do governo Lula e ignora o quadro de saúde de Bolsonaro, que, segundo ela, sempre se colocou à disposição das autoridades. A ex-secretária também apontou que o ex-presidente não enriqueceu no cargo, reduziu impostos e respeitou o resultado das eleições, defendendo que não há justificativa para seu encarceramento.

Para ela, a prisão preventiva representa um grave desvio institucional e deve ser contestada para evitar que “medidas excepcionais virem regra”.

Outro apoador a criticar a decisão foi o deputado estadual Diego Castro (PL), afirmando que a decisão confirma um cenário de “restrições ao direito de defesa” no país. Para ele, a conversão da prisão domiciliar em preventiva “não causa surpresa”, mas reforça a percepção de que garantias constitucionais têm sido desconsideradas.

O deputado baiano apontou falta de posicionamento firme no Congresso, principalmente no Senado, e citou Flávio Bolsonaro e Jorge Seif como exemplos de parlamentares que têm se manifestado de maneira consistente. O deputado cobrou ação de lideranças de centro-direita, afirmando que “não adianta falar em união para 2026 e permanecer passivo agora”.

Segundo Diego, a ausência de Bolsonaro nas próximas eleições representaria risco institucional. Ele defendeu que princípios como devido processo legal e direito de defesa precisam ser preservados para garantir a integridade do processo democrático.

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