Os assassinos confessos da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, começam a ser julgados nesta quarta-feira (30), a partir das 9h no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio.
Durante dois dias (quarta e quinta) nove testemunhas, sete delas indicada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, serão ouvidas. Entre elas está a assessora de Marielle, sobrevivente do atentado, Fernanda Chaves. A defesa de Élcio Queiroz desistiu de ouvir as testemunhas que tinha solicitado.
Roni Lessa e Élcio Queiroz respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima); tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle;receptação do Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime;
Ambos serão ouvidos através de videoconferência, dos presídios onde estão: respectivamente na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, e no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília. A dupla será julgada por um júri composto por 21 pessoas comuns, das quais sete serão sorteadas na hora.
Durante o julgamento, todas ficarão isoladas. Depois, dormirão nas dependências do Tribunal de Justiça do RJ. Eles é que vão dizer se Lessa e Élcio são culpados ou inocentes pelo crime.
Após essa decisão, a juíza Lúcia Glioche começa a definir o tamanho da pena. Ela determina o número de anos inicial e depois começa a considerar os agravantes (se houve motivo torpe e sem direito a defesa, por exemplo) e os atenuantes (a delação de ambos, por exemplo).
Assim, se definirá a pena dos réus. O Ministério Público vai pedir ao Conselho de Sentença a pena máxima. De acordo com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/FTMA), os réus podem pegar até 84 anos de prisão para cada um.