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Bolsonaro pede anistia para os investigados por tentativa de golpe: 'Alguém tem que ceder'

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Jean Mendes

Na semana passada, a Polícia Federal, em relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, afirmou que Jair Bolsonaro liderou a trama golpista no final de 2022

Bolsonaro pede anistia para os investigados por tentativa de golpe: 'Alguém tem que ceder'
Alan Santos/PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu anistia para os investigados pela tentativa de golpe de estado. Durante entrevista à Revista Oeste, na noite de quinta-feira (28), o ex-chefe do Palácio do Planalto ainda disse que o Supremo Tribunal Federal tenta tirá-lo do que chamou de "combate".

"Imagine se eu faço um gesto desse [de passar os dedos sobre o pescoço], estaria sendo processado, quem sabe, hoje em dia, preso. Que dois pesos e duas medidas são esses, meu Deus do Céu? Para pacificar o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. Anistia. Em 1979, eu não era deputado. Foi indiciada gente que matou, que soltou bomba, sequestrou avião e vamos pacificar. Zera o jogo daqui para a frente. Agora, se tiver palavra do Lula ou Alexandre de Moraes no tocante a anistia, ‘tava’ tudo resolvido", comentou o ex-presidente.

Na semana passada, a Polícia Federal, em relatório final da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, afirmou que Jair Bolsonaro liderou a trama golpista no final de 2022. Os policiais também apontaram que a ruptura democrática não foi concretizada por "circunstância alheias à sua vontade". Além dele, foram indiciados oficiais do alto escalão do Exército Brasileiro.

Ainda na entrevista, Bolsonaro citou exemplos da Venezuela, Nicarágua e Bolívia. Esses países, segundo ele, prendem oposicionistas do governo. "Todas as pessoas que são presas, qual é a acusação? Atos antidemocráticos. O que eles querem? Fazer uma cadeia para mim. Baseado no que? O mundo ficou sabendo, quase dois anos depois, que teve uma tentativa de golpe no Brasil? Cadê as inteligências e outros países que existem aqui dentro? Quando fui para a embaixada da Hungria, vazaram minhas imagens lá", interrogou o ex-presidente.

"O tempo todo querem arrumar uma maneira de me tirar de combate. Trancafiado por qual motivo? Tentativa de golpe? Você vê os comandantes de força. Falam que o Bolsonaro discutiu conosco hipóteses de estado de sítio, estado de defesa. Eu discuti sim. Quando peticionamos no TSE, em 2022, baseado na legislação, com advogados. Em poucas horas, o ministro Alexandre de Moraes arquivou e nos deu uma multa de 22 milhões. Conversamos e pensamos que, se recorresse, a multa seria de 200 milhões. O que sobrou para a gente?", sustentou Bolsonaro, ainda se referindo ao inquérito da PF.

"Sobraram as quatro linhas. Sempre joguei nas quatro linhas. O que tem aqui dentro para a gente buscar uma maneira de buscar os erros do sistema eleitoral. Rapidamente discutimos. Agora, quando se fala em golpe ... golpe usando a Constituição? Pouco conversei sobre estado de sítio. A turma do Alexandre de Moraes, seus juízes, os PFs, estavam batendo em estado de sítio. Estado de sítio é: o presidente tem um problema e ele convoca os conselhos da defesa. Ali tem líderes da Câmara e debate o assunto [...]", completou. 
 

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