O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez neste domingo (23), em Joanesburgo, um balanço de sua participação na Cúpula do G20, marcada por debates sobre inteligência artificial, transição energética, redução das desigualdades, insegurança alimentar e desafios ligados ao uso de minerais críticos. Lula reforçou a defesa do multilateralismo como caminho para enfrentar problemas globais e afirmou que os encontros recentes demonstram a vitalidade da cooperação internacional.
O presidente voltou a defender o fim da dependência de combustíveis fósseis e afirmou que o Brasil tem avançado acima da média mundial na transição energética, citando a adoção de 15% de biodiesel no diesel e 30% de etanol na gasolina. Segundo ele, países do continente africano também podem desempenhar papel importante na produção de biocombustíveis para atender mercados com menos capacidade agrícola.
Lula também celebrou o resultado da COP30, encerrada no sábado (22), em Belém, com consenso entre 195 partes e novos compromissos climáticos anunciados por 122 países. Para ele, o sucesso dos eventos recentes, incluindo o G20 no Rio e o BRICS, confirma o fortalecimento do multilateralismo e a capacidade do Brasil de liderar agendas globais.
Ao longo dos dois dias em Joanesburgo, Lula participou de três sessões formais do G20, encontros bilaterais com líderes de Alemanha, África do Sul, Turquia, Coreia do Sul, Canadá, Etiópia e com o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Ele também esteve presente na reunião de cúpula do Fórum IBAS. Após a agenda na África do Sul, o presidente segue para Moçambique.
Sobre a ausência de Donald Trump na reunião, Lula minimizou impactos e afirmou que lideranças já faltaram em edições anteriores. O presidente destacou que os Estados Unidos continuam sendo a maior economia do mundo, mas reforçou que o G20 mantém sua relevância mesmo com a ausência de chefes de Estado. Ele disse ainda que pretende discutir com Trump a presença militar norte-americana no Caribe, que considera motivo de preocupação para a estabilidade regional.
Lula também confirmou que o acordo entre Mercosul e União Europeia será assinado em 20 de dezembro, destacando que o tratado envolve mais de 700 milhões de pessoas e pode se tornar o maior acordo comercial do mundo.
