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Fux cita 'Mensalão' e vota pela 'nulidade do processo' que julga tentativa de golpe de estado; placar está em 2x1

Data:
Jean Mendes

Entre os pontos destacados pelo ministro está a quantidade de dados que, para ele, jogou em desfavor da defesa

Fux cita 'Mensalão' e vota pela 'nulidade do processo' que julga tentativa de golpe de estado; placar está em 2x1
TV Justiça

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, acatou teses defensivas dos acusados pela tentativa de golpe de estado e votou pela incompetência do STF de julgar o caso. Entre os réus do chamado núcleo "crucial" do crime está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entre os pontos destacados pelo ministro está a quantidade de dados que, para ele, jogou em desfavor da defesa. "Setenta terabytes. Isso pode chegar até a bilhões de páginas, sejam em texto ou scaneado", pontuou Fux.

"Apenas em 30 de abril de 20205, portanto mais de um mês após o recebimento da denúncia e menos de 20 dias antes do início do depoimento das testemunhas, foi proferia decisão deferindo acesso à íntegra de mídias e dos materiais apreendidos na fase investigatória", completou.

Em outra fase do voto, Fux ainda relembrou o processo do Mensalão, que demorou anos para ser votado pela Corte.

"Estou há 14 anos no Supremo Tribunal Federal. Julguei casos complexos, como, por exemplo, o Mensalão. Ministra Cármem Lúcia também esteve presente. Processo levou dois anos para recebimento da denúncia e cinco, para ser julgado. Trabalho exaustivo do relator. Agora, vou ter a falsa modéstia, ministro Alexandre, de que analisei cada detalhe do seu trabalho, muito denso. Até para elaborar esse voto foi motivo de dificuldade", pontuou.  

Com o voto desta quarta, o placar está 2x1 pela condenação de Bolsonaro e dos demais réus. Agora, faltam votar Cármem Lúcia e Cristiano Zanin.

Estão sendo julgados:

– o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
– o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
– o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
– o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (réu colaborador);
– o ex-presidente da República Jair Bolsonaro;
– o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.

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