O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira (10), em São Paulo, da cerimônia de lançamento do novo modelo de crédito imobiliário no país. A iniciativa, articulada entre o Governo Federal, o Banco Central, o Ministério da Fazenda e o Ministério das Cidades, promete modernizar o sistema de financiamento habitacional e ampliar o acesso da classe média à casa própria.
Entre as principais mudanças está o aumento do valor máximo dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que passa de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Segundo o governo, o novo modelo permitirá aumento na oferta de crédito, redução de custos e expansão do investimento na construção civil, com impacto positivo na geração de emprego e renda.
Até agora, os bancos eram obrigados a aplicar 65% dos depósitos da poupança em crédito imobiliário, destinar 20% ao Banco Central e tinham 15% de livre uso. Com o tempo, a queda nos saldos da poupança e as mudanças no mercado financeiro reduziram o peso desse formato.
Com a nova regra, a poupança será usada de forma mais eficiente, permitindo que, à medida que mais recursos sejam depositados, maior será a oferta de crédito para habitação. Além disso, o modelo passa a integrar outras fontes de captação, como Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).
Transição
Após um período de transição, acabará o direcionamento obrigatório dos 65% da poupança para o crédito imobiliário, assim como os depósitos compulsórios no Banco Central. A partir daí, o total dos depósitos será referência para o volume de crédito que os bancos devem oferecer, tanto nas operações do SFH quanto do Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI).
Na prática, isso cria mais flexibilidade para as instituições financeiras, que poderão equilibrar a captação de mercado e a oferta de crédito, desde que 80% dos financiamentos sejam realizados dentro das regras do SFH, com juros limitados a 12% ao ano.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou que a modernização do SBPE “é uma medida estrutural que torna o uso da poupança mais eficiente, permitindo que cada real depositado gere mais crédito, mais habitação e mais empregos. É uma transformação que prepara o país para um novo ciclo de crescimento com sustentabilidade e inclusão”, destacou.