A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), antecipou o entendimento final do seu voto e afirmou nesta quarta-feira (10) que há provas cabais de que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou a trama golpista investigada pela Corte.
Em seu voto, ela destacou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República mostrou de forma inequívoca que Bolsonaro e aliados promoveram ataques sistemáticos às instituições democráticas para tentar se manter no poder após as eleições de 2022.
“Já antecipo que fez prova cabal de que o grupo liderado por Jair Messias Bolsonaro, composto por figuras-chave do governo, das Forças Armadas e de órgãos de inteligência, desenvolveu e implementou plano progressivo e sistemático de ataque às instituições democráticas, com a finalidade de prejudicar a alternância legítima de poder e minar o livre exercício dos demais Poderes constitucionais, especialmente do Judiciário”, afirmou.
O julgamento acontece na Primeira Turma do STF, onde Bolsonaro e outros sete réus respondem por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Até o momento, o placar está em 2 a 1: Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação, enquanto Luiz Fux se manifestou pela absolvição. O voto de Cármen Lúcia segue em andamento, e o presidente da Turma, ministro Cristiano Zanin, será o último a se pronunciar.