O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi) faturou R$ 100 milhões a mais em apenas três anos com contribuições sindicais. A informação foi publicada nesta sexta-feira (25) pelo Portal Metropóles. A entidade está entre 11 alvos da operação da Polícia Federal e Tribunal de Contas da União deflagrada nesta semana e que apura desvios que chegam a R$ 6 bilhões.
O vice-presidente do Sindnapi é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Segundo o Metrópoles, ele assumiu o cargo em 2023, quando o número de filiados saltou de 170 mil para 420 mil. O Sindicato possui acordo de cooperação com o INSS. Na prática, a cobrança de mensalidade dos associados é feita diretamente na folha, mensalmente.
De acordo com a investigação da PF, as 11 entidades que representavam os aposentados e pensionistas descontaram irregularmente parte de mensalidades aplicadas sobre os benefícios. Presidente INSS, Alessandro Stefanutto foi demitido do cargo.
Por meio de nota, o Sindnapi culpou os governos Temer e Bolsonaro por descentralizar "a representação de trabalhadores em sindicatos e permitir a pulverização de associações". Segundo o Sindicato, "entidades de aposentados explodiram após a reforma da Previdência de Paulo Guedes".
A defesa do Sindnapi aponta que, das associações investigadas, duas foram criadas em 2017, logo após a reforma assinada por Michel Temer (MDB), e outras sete durante o governo Jair Bolsonaro (PL), "depois que o então ministro da economia, Paulo Guedes, liberou a farra dos empréstimos consignados vinculados às aposentadorias e pensões, em 2020, na esteira da Reforma da Previdência".
"O Sindnapi ainda ganhou as manchetes porque José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão de Lula, compõe a diretoria. No entanto, a entidade existe há 25 anos e tem todas as autorizações de associados feitas voluntariamente e sequer foi alvo de busca e apreensão, tampouco de intimação da PF", pontua a nota.
Além do Sindnapi, são investigadas: Ambec; Conafer; AAPB; AAPEN (anteriormente denominada ABSP); AAPPS Universo; Unaspub; APDAP Prev (anteriormente denominada Acolher); ABCB/Amar Brasil; CAAP; e Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).