O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), cobrou divisão de responsabilidade com prefeitos no tema regulação da saúde - um dos principais pontos de reclamação contra a gestão estadual. O chefe do Executivo, inclusive, deu o exemplo de Salvador, cidade mais rica do estado e que, até hoje, não possui uma maternidade funcionando. A declaração foi dada nesta quarta-feira (12), durante inaugurações no Hospital Geral Roberto Santos.
"Estaremos em Itabuna já hoje à noite. Na sexta, com a presença do ministro Rui Costa e de prefeitos da região, entregaremos o hospital de base de Itabuna. São 250 leitos, sendo 120 de UTI. É um hospital municipal. Fico 'encucado' e não vou ficar fazendo pirraça ou botando na parede. Salvador precisa de hospital desse porte. As mães que precisam parir em Salvador não têm uma maternidade municipal. Não é um município pobre", exemplificou o petista.
A primeira maternidade municipal da capital está sendo construída, no bairro da Federação, onde funcionava o antigo Hospital Salvador. Inicialmente, a gestão chegou a programar a inauguração da primeira parte para o segundo semestre de 2024, o que não ocorreu. A nova estrutura terá 200 leitos, entre clínicos e de UTI. Um prédio anexo vai dispor de auditório, hospital escola, administração, farmácia e almoxarifado.
"Os municípios menores têm maternidade. Estão batendo na nossa porta. Sentei com o prefeito Zé Ronaldo, para vocês verem a grandeza nossa. Não somos do mesmo grupo político. Pedi que a gente pudesse ter em Feira de Santana um hospital municipal. Tudo que acontece em Feira de Santana, de uma dor de barriga a um dedo desmentido, a pessoa tem que ir para o hospital de alta complexidade. O Clériston Andrade não suporta", argumentou Jerônimo.
Na avaliação do governador, as responsabilidades sobre a regulação estadual de saúde devem ser divididas entre municípios e estado.
"Se os municípios não fazem o papel, tampouco vamos fazer. A conta da regulação não é distribuída de forma proporcional, as responsabilidades. Não quero achar culpado. Quero achar quem queira dividir conosco essa responsabilidade. Com certeza, muitos que estão aqui fora aguardando, se tivéssemos sistema municipal de saúde mínimo adequado de atenção básica, eles poderiam estar aqui, mas de forma mais organizada", completou.
"Não vamos fugir da responsabilidade da regulação. Estamos fazendo nosso dever. Gostaria que saíssemos fazendo hospitais. Era o sonho. Existem 30 municípios na Bahia com população menor que os servidores desse hospital [Roberto Santos]", finalizou o petista.
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