O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17) que o Brasil não irá prolongar as negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia caso a assinatura não ocorra até dezembro. Segundo ele, se não houver avanço agora, o país não retomará as discussões enquanto durar o seu mandato.
Lula atribuiu a dificuldade à resistência de países europeus, como Itália e França, por motivos de política interna. O presidente lembrou que o acordo é discutido há 26 anos e avaliou que, nos termos atuais, é mais favorável à União Europeia do que ao Mercosul, ainda que o bloco sul-americano esteja disposto a concluí-lo como uma defesa do multilateralismo.
As declarações ocorrem em meio ao impasse criado após Itália e França considerarem prematura a assinatura do tratado neste momento, o que reduziu as expectativas de conclusão nos próximos dias. Havia a previsão de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viesse ao Brasil nesta semana para formalizar o acordo.
Firmado há um ano após 25 anos de negociações, o entendimento envolve Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Nesta quarta-feira, Parlamento Europeu, Comissão Europeia e Conselho Europeu ainda discutem salvaguardas, após eurodeputados defenderem o endurecimento de controles sobre a importação de produtos agrícolas.