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Mauro Cid afirma que Alexandre de Moraes foi chamado de 'desgraçado' em grupo bolsonarista: 'Conversa de bar'

Data:
Antonio Dilson Neto

A declaração foi feita em resposta ao advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, que perguntou se Moraes havia sido citado em uma reunião realizada em 28 de novembro de 2022.

Mauro Cid afirma que Alexandre de Moraes foi chamado de 'desgraçado' em grupo bolsonarista: 'Conversa de bar'
Gustavo Moreno/STF

Durante o interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ministro Alexandre de Moraes era frequentemente criticado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas em tom informal, semelhante a uma “conversa de bar”.

A declaração foi feita em resposta ao advogado Celso Vilardi, defensor de Bolsonaro, que perguntou se Moraes havia sido citado em uma reunião realizada em 28 de novembro de 2022.

“Sim, o senhor foi muito criticado”, disse Cid, dirigindo-se ao próprio Moraes, relator da ação penal que investiga tentativa de golpe de Estado. Em tom bem-humorado, o ministro respondeu: “Só? O senhor tem que falar a verdade. Eu tô acostumado, pode falar”, provocando risos entre os réus e advogados presentes.

Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, detalhou que as críticas ao ministro vinham acompanhadas de xingamentos, figurinhas e memes: “Ministro, as pessoas criticavam muito o senhor. As mesmas críticas que o senhor já recebe. Era uma conversa de bar. Nada do tipo 'temos que acabar com ele' ou 'vamos planejar alguma coisa'. Isso nunca existiu. Tinha xingamentos, esse cara é um desgraçado, coisas que o senhor já ouviu bastante, fotos, figurinhas... essas coisas.”

Interrogatórios no STF

Mauro Cid foi o primeiro a ser ouvido entre os oito réus do chamado “núcleo crucial” investigado na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A Primeira Turma do STF reservou a semana para as oitivas.

Além de Cid, devem ser interrogados:

  • Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-chefe do GSI;
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa bolsonarista.

Cid firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal e confirmou, ao longo da audiência, que participou de reuniões e teve acesso a documentos, mas disse não ter contribuído diretamente com planos golpistas.

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