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Servidores da Abin aprovam indicativo de greve e exigem demissão do diretor

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Da redação

A decisão foi tomada em assembleia da Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado), entidade que representa os agentes da agência

Servidores da Abin aprovam indicativo de greve e exigem demissão do diretor
Antônio Cruz/Agência Brasil

Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aprovaram, nesta terça-feira (25), um indicativo de greve como forma de pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a demitir o atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa, indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de espionagem clandestina.

A decisão foi tomada em assembleia da Intelis (União dos Profissionais de Inteligência de Estado), entidade que representa os agentes da agência. Em nota, a diretoria afirmou que os associados optaram por "dar um basta à degradação geral da Abin" e manifestaram a “vontade de reação e defesa da instituição”.

Corrêa é investigado por supostamente ter atuado para atrapalhar as investigações sobre o uso ilegal da estrutura da Abin, no chamado caso da “Abin paralela”, que funcionou no governo Bolsonaro. Ele foi indiciado pelos crimes de embaraço à investigação, prevaricação e coação no curso do processo, e ainda assim segue no comando da agência por decisão do presidente Lula.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias. Apesar disso, o governo federal tem mantido o apoio ao atual diretor, o que vem gerando revolta interna.

Além do indicativo de greve, os servidores decidiram também mover uma ação judicial pelo afastamento imediato de Corrêa. A Intelis alega que a permanência do atual diretor “compromete a credibilidade” da Abin e representa um grave risco à sua integridade institucional.

A entidade também criticou o que chama de “esvaziamento institucional” promovido pelo governo e o excesso de delegados da Polícia Federal ocupando funções estratégicas na Abin. Segundo os servidores, há falta de diálogo com o Planalto e uma condução política que desrespeita a carreira de inteligência de Estado.

“Caso não haja resposta satisfatória dentro do prazo estipulado, uma nova assembleia será convocada para deliberar sobre ações mais incisivas, como a adoção de operação padrão e a deflagração da paralisação”, diz trecho do comunicado interno.

O que diz a investigação

No inquérito em tramitação no STF, a Polícia Federal detalha como uma organização criminosa teria sido montada para espionar autoridades públicas e produzir notícias falsas, utilizando de forma ilegal a estrutura da Abin. O grupo teria utilizado o software FirstMile para acessar dados de celulares e computadores sem autorização judicial.

O diretor Luiz Fernando Corrêa é apontado como líder de um dos núcleos responsáveis por obstruir investigações internas da própria agência. Já o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, é apontado como um dos chefes do esquema.

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