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STF valida duas listas tríplices de candidatos para o TSE: uma só de mulheres e outra de homens

Data:
Antonio Dilson Neto

As vagas em aberto decorrem do término do mandato de dois atuais ministros do TSE

STF valida duas listas tríplices de candidatos para o TSE: uma só de mulheres e outra de homens
Rosinei Coutinho/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal aprovou nesta quarta-feira (28) duas listas tríplices de indicados para as vagas de juristas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma delas é composta exclusivamente por mulheres, o que obriga o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nomear, no mínimo, uma ministra para a Corte Eleitoral — gesto inédito que reforça a pressão por maior paridade de gênero no Judiciário brasileiro.

A movimentação ocorre diante do encerramento dos mandatos dos atuais ministros Floriano de Azevedo Marques Neto e André Ramos Tavares, ambos representantes da advocacia no TSE. Embora pudessem ser reconduzidos, a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE e relatora do processo no STF, optou por apresentar duas listas separadas: uma masculina e outra exclusivamente feminina.

“Se não aproveitássemos esta oportunidade de alternância, em 2026 o TSE poderia estar ocupado por sete homens. Isso seria um contrassenso”, afirmou Cármen Lúcia durante a sessão plenária do STF.

Quem está nas listas

Lista feminina:

  • Cristina Maria da Silva (desembargadora do TRE-DF)
  • Estela Aranha (ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça)
  • Vera Lúcia Araújo (ministra substituta do TSE)

Lista masculina:

  • André Ramos Tavares (ministro do TSE)
  • Floriano de Azevedo Marques Neto (ministro do TSE)
  • José Levi do Amaral (conselheiro do Ministério da Justiça)

As listas agora seguem para análise do presidente Lula, que escolherá um nome de cada. A escolha deve ocorrer nas próximas semanas.

A decisão da ministra Cármen Lúcia se insere num contexto de críticas à sub-representação feminina nos tribunais superiores. Atualmente, ela é a única mulher entre os 11 ministros do STF. No TSE, apenas duas das sete cadeiras são ocupadas por mulheres. No STJ, o número é igualmente baixo: cinco entre 33 ministros.

A criação de listas exclusivas com nomes femininos tem sido uma forma encontrada por tribunais para corrigir esse desequilíbrio, como já ocorre nas cortes regionais eleitorais — modelo que agora se reflete também no TSE.

Como funciona a escolha

De acordo com a Constituição Federal, o TSE é composto por sete membros titulares: três oriundos do STF, dois do STJ e dois juristas da advocacia. As indicações para os juristas seguem processo específico: o STF aprova as listas tríplices e o presidente da República escolhe um nome de cada.

Além dos membros titulares, a Corte também conta com substitutos, escolhidos de forma semelhante e responsáveis por atuar em caso de ausências ou impedimentos.

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