André Batista, vereador de Queimadas, Norte da Bahia, acusado de agredir a própria amante, voltou a negar nesta terça-feira (5) que tenha cometido o crime. Em discurso na Câmara, porém, o parlamentar pediu desculpas à família pela traição que cometeu contra a esposa.
"Estou vivendo um período de semeadura. Plantei e estou colhendo. Pediram para eu não tocar nesse assunto, mas preciso me manifestar porque, diante das circunstâncias, preciso dizer que, como humano, sou falho. Cometi uma falha não só com minha família, mas comigo mesmo. Não tenho porque me esconder", começou o vereador, que é mais conhecido como André de Maurinho.
"Gostaria de pedir desculpa à minha família, à minha esposa e meus filhos, à minha mãe e meu pai, que sofreram comigo. Todo homem, todo humano, é passível de erro. O único que não cometeu erro foi Jesus, e foi crucificado. Quem sou eu?", questionou.
O edil é acusado de agressão por Shirley Leite. De acordo com ela, o crime teria ocorrido na madrugada do dia 25 de novembro, na cidade de Santaluz. "André ficou dizendo que viria aqui em casa. Aceitei. Quando ele chegou, tentou ficar comigo e eu disse que não queria. Começaram as agressões. Ele arrastou o carro comigo dentro e bateu na minha cabeça, com tapas e murros. Depois, voltou para a minha casa dizendo que iria acionar a polícia", disse Shirley durante entrevista ao Portal do Casé na segunda seguinte ao caso.
"O que leva uma pessoa a viajar 80 km, para procurar fazer mal a outra pessoa? [...] É uma coisa primária. Aí, vem o sujo falar do mal lavado. Os falsos profetas costumam falar. Venho criticar quem vem fazer fake news. Você ser acusado do que não fez, dói muito [...] Quem de nós nunca foi acusado injustamente? Suportamos todas as pancadas. Venho pedir perdão a todos a quem causei sofrimento. Minha família chorou junto comigo. Gostaria de agradecer a meus amigos que não me abandonaram. A tempestade, ela não dura o tempo todo. Recebi centenas de mensagens [...] Para esses amigos que me deram palavra de conforto, que Jesus abençoe. Lembrarei de um por um [...]", disse André durante o pronunciamento na Câmara.
"Foi um assunto que gerou comoção e proporção grande. Venho com a maior humildade pedir desculpas. Sobre o que estou sendo acusado, é mentira. Sobre a agressão, vou prestar esclarecimentos à Justiça e vou provar minha inocência na Justiça. Acredito na Justiça dos homens e de Deus. Vou estar na Justiça provando a inocência", completou.
CASO
Tanto o vereador quanto a ex-amante confirmam que houve um encontro, na madrugada. Para isso acontecer, o homem disse ter sido ameaçado. Ela, por sua vez, relata que foi o parlamentar quem insistiu.
O que aconteceu dentro do automóvel também é ponto de discordância entre Shirley e André. Ela frisou que o vereador estava no automóvel, bêbado e somente de cueca. Por outro lado, Oliveira fala ao contrário: de que a então amante o recebeu já sem roupa.
"Tudo que aconteceu [agressão] foi montado. Ela [Shirley] não queria aceitar o término. Ela me propôs eu ir [para a casa dela, no sábado]. Ela queria afetar meus filhos. Se eu não fosse lá, ameaçou ir na porta da escola do meu filho. Me forçou a ir à casa dela na sexta. Quando parei na casa dela, entrou no banco do meu carro, nua. Eu disse que não iria manter relações com ela e pedi para sair do carro. Shirley me agrediu e me empurrou. Tirei ela do meu veículo e segui para Queimadas", relatou o vereador.
Foi no momento da confusão, ainda dentro do veículo, que a mulher teria sido agredida. Uma testemunha do caso já foi à Delegacia de Santaluz. A pessoa ouvida pelo delegado é uma mulher, amiga da vítima.
O teor da declaração não foi divulgado na íntegra, mas a testemunha - que terá o nome preservado - teria afirmado que André "jogou Shirley no calçamento" ao retirar a mulher de dentro do próprio carro. "Ele me disse: 'se você não tirar ela, vou usar minhas forças'. Eu disse: 'não venha com ousadia não'. Ela bateu a porta do carro [duas vezes] e André foi em cima dela. Ela se arrebentou todinha", contou.
Essa mesma testemunha teria afirmado, por meio de um áudio, que Shirley estava irreconhecível no dia da confusão - na madrugada do sábado (25).