O prédio da Câmara de Vereadores de Cansanção, na região Nordeste da Bahia, foi fechado e trancado no dia que marcou a terceira semana sem sessão. Na noite de terça-feira (25), dois parlamentares da oposição à prefeita Vilma Gomes (MDB) foram trabalhar, mas acabaram surpreendidos com o prédio sem funcionar. Os edis acusam o presidente destituído Frederico Macedo Reis (MDB) de realizar manobras para que os encontros semanais não aconteçam.
Reis, conhecido como "Careca Show", foi afastado do cargo em decisão assinada pelo desembargador Manuel Carneiro Bahia de Araújo no dia 12 de março. O chefe do Legislativo Municipal tinha sido eleito para a presidência da Câmara em três biênios consecutivos, fato que contraria entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) acerca da vedação de reeleições sucessivas para o mesmo cargo.
As sessões na Câmara de Cansanção são realizadas às terças. No dia 18, o encontro não aconteceu por conta de um problema de saúde de um dos vereadores. A Casa, então, informou que a sessão tinha sido remarcada para o dia 25, às 19h. Foi quando os dois oposicionistas acabaram surpreendidos.
"Até posso sugerir o motivo deste ato. Não vou dar nem nome a esse ato, porque a palavra pode ser pesada. Temos matérias para deliberar na Câmara, que estamos perdendo", disse a vereadora Marluce do Almerindo, ao lado do colega, Junior César Amando Silva.
Os vereadores denunciam que prestações de contas referentes aos saldos das contas do FUNDEB e o valor de crédito ligado ao precatório dos professores estão sendo ocultados. Segundo eles, a Prefeitura "não cumpre as responsabilidades no que diz respeito à resposta dos requerimentos que buscam informações importantes sobre a aplicação dos recursos e a disponibilidade para o regular rateio com os profissionais da educação".