O julgamento de três dos quatro acusados de matar a cantora Sara Freitas, que aconteceria nesta terça-feira (25), foi adiado. As defesas alegaram falta de estrutura na Justiça de Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador.
"Após o abandono de plenário, registramos perante a imprensa a absoluta inviabilidade da continuidade do julgamento, diante da notória falta de estrutura ofertada pelo Estado-Juiz. A realização de um ato tão relevante exige condições materiais mínimas, sob pena de violação ao devido processo legal, à ampla defesa e à própria dignidade da jurisdição", escreveu, nas redes sociais, o advogado de Ederlan Mariano, Otto Lopes.
Seriam julgados:
- Ederlan Santos Mariano, apontado como mandante do assassinato;
- Weslen Pablo Correia de Jesus, o "Bispo Zadoque";
- Victor Gabriel Oliveira Neves.
A denúncia do Ministério Público da Bahia afirma que Sara Mariano foi morta com extrema violência, em 2023. A cantora teria sido atraída por um falso convite para um evento religioso e executada com 22 golpes de faca, antes de ter o corpo ocultado e queimado. As investigações apontaram atuação organizada entre os acusados, com divisão de funções e motivação financeira ligada ao interesse artístico de um deles.
De acordo com o Ministério Público, o trio, junto com Gideão Duarte de Lima, tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor”. Gideão foi julgado em abril e condenado a 20 anos e quatro meses de prisão.
Segundo o MP, o plano foi arquitetado da seguinte forma:
- Ederlan: principal interessado e mentor da morte. Ele havia pago R$ 2 mil para Weslen, Victor e Gideão, e repassaria R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas;
- Gideão: motorista responsável por levar Sara Freitas para a emboscada, assim como seu corpo;
- Victor Gabriel: segurou a vítima;
- Weslen Pablo: esfaqueou Sara Freitas até a morte.