Um soldado da Polícia Militar, Leandro Santos Xavier, foi demitido da corporação pela morte do artista plástico Manoel Arnaldo dos Santos, conhecido como "Nadinho Pintor". A vítima foi surpreendida dentro da própria casa, em 21 de abril de 2018, por uma guarnição padronizada da PM.
O caso aconteceu em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador. Além dele, outros dois soldados, Edvaldo Nunes de Almeida e Dinalvo dos Santos Paixão, também foram investigados.
A reportagem do Portal do Casé apurou que, no dia da ação, os policiais se equivocaram ao bater na porta da casa de "Nadinho". É que um solicitante ligou para o 190, o chamado Centro de Comunicação das Polícias (CICOM), informando que bandidos estariam na casa de número 11 da 2ª Travessa 31 de Março. Os PMs, na ocorrência, foram para a residência de número 11 da 1ª Travessa 31 de Março.
A decisão da demissão foi assinada pelo comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, no dia 26 de setembro. A corregedoria comprovou, por meio de um laudo, que o tiro que matou o artista partiu da arma de Leandro, uma pistola. Os outros soldados não foram demitidos, mas ficarão 30 dias presos no Batalhão de Choque, que fica em Lauro de Freitas.
A versão dada pelo soldado Leandro Xavier foi que “Nadinho” estava em posse de um revólver, calibre 38. Ele teria atirado contra a guarnição, que revidou. O artista foi socorrido para o hospital, mas não resistiu. Essa versão, porém, sempre foi contestada pela família do artista, assim como amigos e vizinhos. Todos alegavam que Manoel foi surpreendido pelos PMs, que estariam buscando um assaltante.
No decorrer do inquérito, as testemunhas foram ouvidas. Uma delas informou que os policiais bateram na porta da casa da vítima e, sem se identificarem, deram dois disparos contra a pessoa que abriu a porta.