Uma idosa de 87 anos, identificada como Maria de Jesus da Silva, morreu no Hospital Geral do Estado nesta sexta-feira (28), horas depois de ter sido baleada dentro da própria casa, no bairro do Vale das Pedrinhas, em Salvador.
O caso da idosa chama a atenção para uma triste coincidência: em duas semanas, três mulheres foram vítimas de bala perdida na capital.
Testemunhas dizem que Maria foi atingida por policiais militares da 40ª Companhia Independente (CIPM/Nordeste de Amaralina), que já teriam chegado atirando na localidade conhecida como Capim. Ela foi socorrida por vizinhos, passou por cirurgia e não resistiu.
Os policiais contestam. Dizem que faziam uma operação na região quando foram surpreendidos por bandidos, que atiraram contra as guarnições. No confronto, um soldado do Pelotão de Emprego Tático Operacional (PETO) da 40ª Companhia foi baleado no rosto. Ele também foi levado para o hospital.
Uma perícia foi realizada na casa de dona Maria. Laudos devem determinar de onde partiram os tiros que mataram a idosa.

CASOS
A situação de dona Maria entrou para uma estatística. Entre os dias 14 e 27, três mulheres morreram após serem feridas durante tiroteio entre a PM e bandidos. Os outros casos ocorreram na Avenida Luís Viana (Paralela) e no bairro de Narandiba.
No dia 14, a dentista Larissa Azevedo Pinheiro viajava na garupa de um mototaxista na Avenida Paralela quando foi surpreendida por um tiroteio entre policiais militares e suspeitos de tráfico. O condutor da moto afirmou que um dos criminosos atirou contra a jovem, de 28 anos. Ela morreu no dia 22.

Já em Narandiba, a vítima foi identificada pelo prenome de Marina. Segundo testemunhas, ela teria sido baleada por policiais militares da 23ª Companhia Independente (CIPM/Tancredo Neves). A corporação fala em confronto. Na ação, uma adolescente de 17 anos ficou ferida.

Todos os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.