WhatsApp

Garimpeiro que morreu soterrado na Bahia foi alvo de ação que investiga milícia no Norte do estado

Data:
Jean Mendes

Segundo o Ministério Público e Polícia Civil, Cleiton Oliveira de Souza, conhecido como "Neguinho Garimpeiro", estava envolvido na execução do empresário Rodrigo Oliveira de Jesus

Garimpeiro que morreu soterrado na Bahia foi alvo de ação que investiga milícia no Norte do estado
Redes sociais

O homem morto soterrado na última quinta-feira (4) em um garimpo na cidade de Pindobaçu, Norte da Bahia, foi um dos alvos da "Operação Urtiga" - deflagrada em duas fases para apurar uma milícia que supostamente agia no estado -. Segundo o Ministério Público e Polícia Civil, Cleiton Oliveira de Souza, conhecido como "Neguinho Garimpeiro", estava envolvido na execução do empresário Rodrigo Oliveira de Jesus.

“Neguinho” morreu soterrado. Foto: divulgação

"Neguinho Garimpeiro", apuraram os investigadores, atraiu Rodrigo para a localidade conhecida como Serra Branca, em março de 2022. O rapaz foi sequestrado e teve o corpo carbonizado junto com o próprio carro, modelo S10. O corpo do empresário, que era considerado trabalhador por familiares, foi localizado já na cidade de Cansanção. Além do garimpeiro, outros cinco foram indiciados por esse homicídio.

Rodrigo teve o corpo e o carro carbonizados. Foto: redes sociais 

A "Operação Urtiga" denunciou seis pessoas: Cleiton; River Marlos da Silva Santos; além dos cabos da Polícia Militar Wilton dos Santos Barbosa; Vagner Carneiro Firmo; Roger Gilliard Simões dos Santos; e do soldado Edson Araújo Bandeira. Da Polícia Civil foram citados o delegado Getúlio Paranhos e o investigador Sormane de Lima Souza, ambos lotados na região na época das situações apuradas.

Reportagem do Portal do Casé, no início de março, mostrou que três policiais militares voltaram ao trabalho: Vagner Firmo e Roger Gilliard, além do soldado Edson Araújo Bandeira, continuam lotados na 5ª Companhia do 12º Batalhão (BPM/Serrinha), situada em Santaluz. A Polícia Civil não confirmou na oportunidade se, oficialmente, o delegado e o investigador voltaram a trabalhar. 

Em outubro de 2023, a reportagem do Portal do Casé conversou com o advogado Leonardo da Silva Guimarães, que representa todos os policiais, exceto o cabo Wilton. Ele refutou a tese da acusação. "É um 'disse que me disseram'. Nenhum elemento comprova os policiais na cena desse crime. Não há provas robustas. Processualmente falando, uma medida de prisão é muito estranha para isso", comentou.

O advogado classificou os investigados como bons policiais. "A força correcional [da Secretaria da Segurança Pública] não conseguiu trazer nada. É a maior conjectura que já vi na vida. Isso é um desestímulo à atividade policial atuante. O processo fala ainda de uma suposta testemunha que fala em outras. Os policiais têm fichas irretocáveis e, de uma hora para outra, tiveram as vidas reviradas", complementou Guimarães.

Tenha notícias
no seu e-mail