O Tribunal de Justiça da Bahia recebeu denúncia contra o professor de matemática José Carlos Leal do Valle Júnior. Ele está preso por suspeita de importunação sexual contra adolescentes no município de Amargosa. A decisão foi assinada no último dia 29 pelo juiz Fabiano Freitas Soares e o acusado tem 10 dias para apresentar sua defesa por escrito. Também deverá constituir advogado.
"Esclareça no mandado que o Acusado poderá, na defesa, arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de cinco, arrolar testemunhas. As exceções serão processadas em apartado (art. 95 a 113 do Código de Processo Penal)", escreveu o magistrado.
Advogados ouvidos pelo Portal do Casé informaram que esse despacho é padrão neste tipo de denúncia. Somente depois dos 10 dias é que será marcada a audiência de José Carlos.
CRIME
Reportagem do Portal do Casé publicada em janeiro mostrou que o professor de matemática é suspeito de abusar sexualmente de adolescentes, com idades entre 15 e 17 anos. Na quarta-feira (21), cerca de cinco vítimas participaram de uma audiência especial no fórum de Amargosa e relataram com detalhes os abusos. Segundo as jovens, elas eram perseguidas fora do ambiente escolar.
"Minha filha só conseguiu entender que estava sofrendo abuso quando uma amiga dela a contou que o professor a chamou para sentar no colo dele e ela saiu correndo. A garota era da Zona Rural e o professor chegou a ir na casa dessa jovem para a coagir. Depois, ele passou na porta da minha casa para falar com minha filha. Então, nesse momento, ela nos contou chorando que ele pegava ela no braço e falava que ela estava com corpão", disse o pai de uma das jovens, sem se identificar.
José, que tem processos parecidos na cidade de São Francisco do Conde, também lecionava na cidade de Milagres.
O professor suspeito dos abusos é casado e tem um filho. Ele teve o mandato de prisão preventiva cumprido por policiais civis que investigavam a situação desde setembro do ano passado, quando surgiram as primeiras denúncias do assédio contra as alunas do 9° ano. O crime consistia em acariciar as nádegas e coxas das garotas e, muitas das vezes, ele pedia para que sentassem eu seu colo.