Um corpo, que foi encontrado queimado e está no Instituto Médico Legal de Salvador, pode desvendar a execução da blogueira Ianca Lorrane de Jesus Maia. É que, mesmo sem identificação formal, as suspeitas apontam que seja de Jeferson Araújo Silva, conhecido como "Jefinho".
O homem é investigado, em vários processos, por ser líder do tráfico de drogas no bairro de Periperi, em Salvador. O corpo que pode ser o do traficante foi achado no último sábado (21) no bairro de Mapele, em Simões Filho, Região Metropolitana de Salvador. Ele foi encaminhado para o IML e, até essa sexta-feira (28), ainda estava sem identificação formal.
O caso está sendo apurado pela 22ª Delegacia Territorial (DT/Simões Filho). Os policiais já sabem que ele teria sido sequestrado na cidade de Pojuca.
MORTE DA BLOGUEIRA
De acordo com a apuração do Portal do Casé, "Jeffinho" é apontado como líder do tráfico de drogas na localidade como “Boca do Canal do Paraguari”. Investigações do Departamento de Homicídios apontam que foi ele o mandante da morte de Lorrane, sua ex-namorada. Ela foi surpreendida dentro de casa, no dia 18 de agosto, por homens que chegaram atirando.
Horas antes da execução, Ianca usou o Instagram para mandar um recado, de maneira indireta. "Façam o favor de não vim na minha porta antes de ligar ou mandar mensagem". Na mesma rede social, duas horas antes do crime, ela postou que estava deitada, na cama.
Em 2019, Ianca foi presa após uma intensa perseguição policial em Aracaju, capital de Sergipe. Na época, a Polícia Civil do estado vizinho afirmou que ela e mais quatro comparsas eram responsáveis por assaltos em lojas em pelo menos três cidades do interior.
PROCESSOS
A morte da blogueira não foi atribuída formalmente à "Jeffinho". Ele, porém, responde no Tribunal de Justiça da Bahia pelas execuções de Kleison de Jesus Assis, no ano de 2017, e Nadson Carlos de Jesus Santos, em 2013. Ambos os crimes foram em Periperi.
Apurações sobre a execução de Kleison não deixam dúvidas quanto ao envolvimento de Jeferson no tráfico. "Consta dos autos que a vítima trabalhava na venda de entorpecentes para os denunciados, bem como para o terceiro ainda não qualificado, auferindo em contrapartida a quantia diária de R$ 20. À época dos fatos, a vítima havia contraído uma dívida no valor de R$ 100 para com os denunciados e o comparsa destes, pretendo parar de vender drogas para os mesmos logo após adimplida a referida quantia", narrou a denúncia.
"Como forma de quitar a dívida, uma semana antes da sua morte, a vítima recebeu a ordem — dos denunciados e do terceiro não qualificado — de matar a pessoa de prenome TINHO. Contudo, o referido intento criminoso foi mal sucedido, posto que a vítima, consoante as informações trazidas pelo procedimento investigatório em anexo, apenas feriu o seu alvo sem levar-lhe a óbito. Diante do insucesso desta empreitada criminosa, o denunciado Jeferson ordenou que seus comparsas, a saber, o denunciado PABLO e o terceiro ainda não qualificado, matassem a vítima Kleison", completou.
No mesmo processo, foi denunciado ainda Pablo Aliel Silva Oliveira.
