O Ministério Público da Bahia ofereceu denúncia à Justiça contra seis pessoas envolvidas na "Operação Kariri", que teve como alvo uma família milionária que cultivava maconha. O grupo, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responderá por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas na 3ª Vara, de Feira de Santana.
A denúncia foi oferecida no último dia 13 contra a matriarca da família, Niedja Maria Lima Umbuzeiro; a filha dela, a médica Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro; o marido, Paulo Victor Bezerra Lima; Clênia Maria Lima Bernardes; e Robélia Rezende de Souza. O líder da família e da organização criminosa, Rener Manoel Umbuzeiro, morreu em confronto com a Polícia Federal no dia em que a ação foi desencadeada, 21 de fevereiro.
Segundo as investigações do MP, o grupo atuava há décadas com o tráfico de drogas. Os integrantes migraram do sertão pernambucano para a cidade de Feira de Santana com o intuito de abastecer o mercado baiano e ocultar o patrimônio obtido com a prática criminosa.
Ainda de acordo com as apurações do MP, o lucro auferido pela organização criminosa era revertido na compra de bens imóveis de alto poder aquisitivo, beneficiando toda a família e seus parentes próximos, que forneciam contas bancárias para tentar ocultar o rastreio do dinheiro pela PF e pelo Gaeco. No total foram identificadas cinco fazendas pertencentes a Rener, que constam em nome de "laranjas".
Conforme a denúncia, Niedja Umbuzeiro e a filha Larissa Umbuzeiro eram as chefes do núcleo financeiro e responsáveis pela gestão e fluxo dos ativos ilícitos, organizando a ocultação e dissimulação patrimonial, sendo que a médica coordenava todo o processo de lavagem de dinheiro.
O MP ainda explicou que Paulo Victor, Gabriela Raizila (sobrinha de Niedja), Clênia Bernardes (irmã de Niedja) e Robélia Rezende faziam parte do núcleo de ocultação e dissimulação patrimonial, funcionado como as "laranjas".
Para esconder o esquema de plantio da droga, Rener tinha a Umbuzeiro Agropecuária - uma empresa sediada na cidade de América Dourada, Norte da Bahia, que cultivava batata; abacaxi; alho; cebola; e feijão, por exemplo. Mas era do plantio da maconha que veio a fortuna da família.
Em uma das representações feitas pela PF à Justiça da Bahia, em 2020, o órgão federal chegou a dizer que "Rener Manoel coordena as ações de plantio, cultivo, colheita, transporte, armazenagem e entrega de drogas, sobretudo maconha, nas regiões de Irecê e Feira de Santana, por meio de diversas pessoas cuidadosamente recrutadas para integrarem a suposta organização criminosa da qual exerce a liderança".