O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), prometeu punir, caso seja necessário, o policial militar Marlon da Silva Oliveira. Ele é investigado pelo assassinato de Gabriel Santos Costa, no bairro do Alto de Ondina, em Salvador. Nesta quarta-feira (4), o Portal do Casé apurou que foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o caso.
Na prática, quando o PAD é aberto, o policial fica 30 dias sem usar arma de fogo e uniforme. Esse prazo pode ser prorrogado. Maicon, que é lotado na 9ª Companhia Independente (CIPM/Pirajá), vai ficar trabalhando de forma administrativa. Até a manhã desta quarta, o Tribunal de Justiça da Bahia não tinha de manifestado sobre o pedido de prisão formulado pelo Departamento de Homicídios da área Atlântico de Salvador.
Jerônimo comentou o assunto durante lançamento da "Operação Verão", na capital. "Cada ato deste comove a gente, a tropa e a população baiana. Primeiro, os sentimentos aos familiares. São os que ficam machucados espiritualmente. A outra decisão é chamar o secretário da Segurança e pedir que apure [...] É apuração imediata e punição para aqueles que, de repente estiverem infringindo a lei", afirmou o chefe do Executivo.
O petista ainda exemplificou casos ocorridos em outros estados, como São Paulo, para falar da violência policial. "Vimos cenas em outros estados. Fizemos termo de cooperação com o Ministério de Segurança para garantir o apoio psicológico aos profissionais da segurança para que essas coisas sejam dirimidas. Estamos acompanhando o fato junto à família, mas também para que a Justiça seja feita e, caso seja necessária, a punição".
CRIME
O assassinato de Gabriel, que tinha 17 anos, aconteceu perto da Avenida Anita Garibaldi, na madrugada de domingo (1). O PM responde também pela tentativa de homicídio de um jovem, de 19 anos, que está internado no Hospital Geral do Estado. O que chama a atenção é que, uma semana antes de ser morto, o adolescente tinha sido detido pela própria PM, na Vila Matos, sob acusação de participar de “bondes” - grupos de criminosos que atacam rivais do tráfico -.
Vídeo gravado por uma testemunha mostra o suspeito dando gritos de ordem para a dupla, já no chão. Palavras como "cala a boca" e "coloca a cara no chão" são proferidas. O PM chega a revistar Gabriel e o outro rapaz, além de agredi-los. Já no final do vídeo, pelo menos 10 disparos são ouvidos. O atirador, que estava em um carro de luxo, consegue escapar.