A Polícia Civil da Bahia abriu um processo administrativo contra o delegado Júlio César Telles, que teria "apresentado conduta abusiva" durante a exumação do corpo de uma criança, de nove anos, no Extremo Sul da Bahia. A decisão, assinada pela delegada-geral, Heloísa Brito, foi publicada nesta quarta-feira (5) no Diário Oficial do Estado.
De acordo com o processo, o delegado mostrou fotografias do corpo aos pais da criança "ao mesmo tempo em que gritava muito e afirmava que o casal havia matado o filho, com o fim de forçá-lo a confessar o suposto homicídio. Foi realizada a reconstituição do suposto crime, e o casal foi obrigado a participar, algemado, no interior do camburão".
Uma comissão vai avaliar, em 60 dias, que pode ser prorrogado por igual período, se o delegado cometeu infrações disciplinares. A Corregedoria da Polícia Civil registrou a denúncia em janeiro deste ano.
CRIME
O caso envolvendo o delegado Júlio César Telles tem relação com a criança Pedro Silva Carneiro. Em outubro de 2016, ele morreu após traumatismo craniano no município de Prado.
Após a exumação do corpo e reconstituição, a Polícia Civil indiciou os pais do menino, Jorge Mendes Carneiro Junior e Erisangela Santos Silva, pelo homicídio.
O casal sempre negou as acusações. Na época, os dois disseram que Pedro havia caído de um carro em movimento. A dupla foi julgada e absolvida pelo crime, de acordo com a própria portaria instaurada contra o delegado Júlio César.
A reportagem do Portal do Casé tentou contato com o delegado para comentar as acusações, mas não obteve sucesso.