O empresário e apresentador Silvio Santos, que morreu aos 93 anos na madrugada de sábado, foi enterrado na manhã deste domingo (18) no Cemitério Israelita do Butantã, na região Oeste da capital paulista.
A cerimônia foi fechada ao público e restrita a amigos e parentes, atendendo a um pedido dele. O corpo foi sepultado pouco antes das 9h e o enterro durou cerca de 20 minutos, desde a chegada do corpo.
Além de familiares como as filhas Daniela Beyruti e Patrícia Abravanel, e seu marido Fabio Faria, o neto Tiago Abravanel, estiveram presentes no cemitério alguns amigos e funcionários do SBT como o cabeleireiro Jassa, o apresentador Cesar Filho e sua mulher Elaine Mickely, e o também apresentador Celso Portiolli.
Silvio foi enterrado ao lado de um dos cinco irmãos, Leonel Abravanel, morto em 1982 por complicações de um câncer.
A movimentação em frente ao cemitério foi tímida. Alguns fãs estiveram presentes para prestar a última homenagem ao ídolo e reclamaram da impossibilidade de se despedir adequadamente de Silvio Santos: “ele deveria ter chegado de carro de bombeiros”, comento uma fã.
Na porta no cemitério, a família Abravanel deixou uma carta para os fãs.
“Colegas de auditório, colegas de uma vida. O que dizer para vocês neste momento? Acredito que muitos de vocês estejam compartilhando da mesma saudade que hoje estamos sentido. Queria dizer para vocês que muitas vezes, ao longo da vida, à medida que nosso pai foi ficando mais velho, ele ia expressando um desejo com relação a sua partida. Ele pediu para, assim que partisse, o levássemos para o cemitério para uma cerimônia judaica. Ele pediu para que não explorássemos sua passagem. Ele gostava de ser celebrado em vida e gostaria de ser lembrado com alegria de viver”.
Cerimônia Judaica
Todos os ritos de despedida foram feitos de acordo com a tradição judaica, religião do empresário.
Segundo o Judaísmo, logo que um judeu morre são feitos os cuidados com o corpo. Como explica a Chevra Kadisha, a associação do cemitério israelita de São Paulo, o corpo primeiro é lavado, depois envolto em uma mortalha branca e simples, a Tach’richim. O corpo é colocado no caixão fechado porque a tradição considera um desrespeito ao morto que seu corpo seja exibido.
É recomendado que o sepultamento seja feito o mais rápido possível depois que a pessoa morreu. O judaísmo entende que enquanto o corpo não for enterrado, a alma ainda não está em repouso. A tradição também pede que não seja feito enterros aos sábados, por ser o dia de descanso, o sabbath, período que vai do pôr do sol de sexta-feira ao pôr do sol de sábado.
No ritual fúnebre judaico há a leitura de trechos da Torá, o livro sagrado do Judaísmo, e palavras do rabino e de pessoas queridas e próximas ao morto. No enterro, os presentes ajudam, um de cada vez, a cobrir o caixão com terra.