O Papa Francisco autorizou nesta segunda-feira (14) a beatificação do padre Nazareno Lanciotti, missionário italiano assassinado em 2001 no interior do Mato Grosso. O decreto reconhece o martírio do sacerdote, morto por sua atuação junto a comunidades pobres e no enfrentamento a redes criminosas.
Natural de Roma, padre Nazareno nasceu em 1940 e foi ordenado em 1966. Atuou por alguns anos na Itália antes de se mudar para o Brasil em 1971, como parte da Operação Mato Grosso, iniciativa voltada à evangelização e ao desenvolvimento social em regiões carentes.
Estabelecido na cidade de Jauru, na fronteira com a Bolívia, o sacerdote conduziu por três décadas um trabalho intenso de evangelização e assistência. Criou e liderou a Paróquia Nossa Senhora do Pilar, organizando 57 comunidades rurais, além de fundar uma escola, um seminário e uma casa de acolhimento para idosos.
Padre Nazareno também foi nomeado diretor nacional do Movimento Sacerdotal Mariano, em 1987.
Martírio
A atuação firme e combativa do sacerdote diante de situações de exploração e criminalidade, como o tráfico de drogas e a prostituição, provocou reações violentas. No dia 11 de fevereiro de 2001, ele foi atacado por dois homens enquanto jantava em casa, ao lado de colaboradores da paróquia. Ferido gravemente, morreu 11 dias depois, em 22 de fevereiro, aos 61 anos.
O Vaticano reconheceu que sua morte foi motivada pelo seu trabalho pastoral e por sua defesa dos valores cristãos, o que caracteriza o martírio — condição que permite a beatificação sem a necessidade de comprovação de milagre.
Ainda não há data definida para a cerimônia de beatificação.