Nos últimos dias, manchetes chamaram atenção para os perigos da ingestão de bebidas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica que, em pequenas doses, pode causar cegueira e, em casos mais graves, levar à morte. O alerta, que vem sendo reforçado por órgãos de saúde e fiscalização, não se restringe apenas às bebidas destiladas de baixa procedência. Ele abre espaço para uma reflexão necessária também no universo do vinho: o perigo dos rótulos falsificados e do contrabando.
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O Brasil, embora seja um mercado em crescimento no consumo de vinhos, ainda enfrenta a entrada ilegal de rótulos sem registro, sem fiscalização e, muitas vezes, sem qualquer garantia de origem. Esses produtos chegam ao consumidor de forma tentadora: preços muito abaixo do normal, rótulos imitando marcas famosas ou promessas de “importados raros”. Mas, assim como ocorre com bebidas adulteradas com metanol, os riscos são grandes.
Primeiro, porque a falsificação pode envolver desde a simples troca de garrafas e rótulos até adulterações mais complexas, que comprometem não apenas a qualidade, mas a segurança da bebida. Vinho mal conservado, transportado em condições inadequadas ou até mesmo diluído com líquidos de origem duvidosa pode trazer sérios prejuízos à saúde.
Segundo, porque o contrabando elimina o controle sanitário e tributário. Ou seja: não há garantia de que aquele líquido na garrafa realmente é o que o rótulo anuncia. E convenhamos, vinho é feito para ser apreciado, não para ser uma roleta russa no copo.
O consumidor, muitas vezes, se deixa seduzir por preços baixos ou pela ilusão de exclusividade. Mas o barato pode sair caro e, no caso do metanol ou de vinhos adulterados, pode custar a própria vida.
COMO SE PROTEGER?
- Desconfie de preços muito abaixo do mercado. Um rótulo renomado vendido por menos da metade do valor normal provavelmente é falsificação;
- Compre sempre de importadoras, lojas especializadas ou supermercados de confiança;
- Verifique os selos de fiscalização. No Brasil, vinhos importados legalmente devem conter o selo da Receita Federal;
- Duvide de “achados” em marketplaces e redes sociais. Esse é um dos canais mais comuns de distribuição de rótulos falsos.
Mais do que uma bebida, o vinho carrega história, cultura e trabalho de famílias e regiões inteiras. Reduzir essa experiência a um risco de saúde pública é perder tudo o que a bebida representa. A moderação é fundamental, mas a procedência é igualmente vital.
No fim, o vinho é um convite ao prazer e à celebração. Que ele seja brindado com segurança, consciência e respeito ao que realmente importa: a vida e a saúde de quem levanta a taça.
Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!