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Vinhos em Harmonia – A história do vinho verde, que nada tem a ver com cor

Data:
Livio Chiazzano

E o que torna o vinho verde tão querido? Em primeiro lugar, a leveza

Vinhos em Harmonia – A história do vinho verde, que nada tem a ver com cor
Freepik

Se você já ficou em dúvida ao ouvir alguém pedir um “vinho verde” e imaginou uma taça cheia de líquido esmeralda brilhante, saiba que não está sozinho. O nome realmente confunde mas a verdade é que vinho verde não é verde, nunca foi, e não tem nada a ver com a cor da bebida. A expressão, tão famosa especialmente entre os brasileiros, se refere a outra característica bem mais interessante: a juventude do vinho e a região onde ele é produzido.

A história começa no noroeste de Portugal, no Minho, uma das áreas vitivinícolas mais tradicionais do país. Ali, desde tempos remotos, produz-se um estilo de vinho leve, fresco, vibrante, com uma acidez que desperta o paladar. O termo “verde” (ou vinho verde, como eles dizem por lá) nasceu para indicar um vinho jovem, feito para ser consumido cedo, enquanto ainda preserva todo o seu frescor natural. Nada de longos anos de guarda; aqui, a ideia é beber ao nascer.

Então se ele não é verde… O que ele é? Ele pode ser branco, rosé ou tinto. Sim, até tinto! Embora os brancos sejam os mais conhecidos, feitos principalmente com uvas como Alvarinho, Loureiro, Arinto e Trajadura, há excelentes exemplares rosados, e até tintos rústicos, mais consumidos localmente em Portugal.

E o que torna o vinho verde tão querido? Em primeiro lugar, a leveza. Ele é aquele vinho perfeito para dias quentes, encontros à tarde, petiscos frescos e refeições leves. Outra característica marcante é a leve efervescência natural, uma espécie de “borbulha discreta” que dá vida à taça e deixa a bebida ainda mais refrescante.

No paladar, espere acidez vibrante e notas cítricas (limão, lima, maçã verde) que fazem dele o par ideal para pratos como frutos do mar, saladas, comida japonesa e até acarajé, se a ideia for equilibrar a gordura com frescor.

Mas atenção: o fato de ser “verde” não faz dele um vinho simples ou menos interessante. Muito pelo contrário! Os verdes portugueses vêm alcançando reconhecimento internacional por sua qualidade, especialmente os Alvarinhos de Monção e Melgaço, que entregam mais estrutura, mineralidade e elegância.

No Brasil, o vinho verde conquistou um espaço especial por combinar perfeitamente com o nosso clima tropical. Nas prateleiras, costuma ter um excelente custo-benefício, o que o torna ainda mais popular entre consumidores iniciantes ou intermediários.

A verdade é que o nome pode confundir, mas o vinho verde encanta exatamente por aquilo que é: leve, vibrante, acessível e incrivelmente versátil. Não importa a estação, onde houver calor, comida fresca e boa companhia, ele sempre será bem-vindo à mesa.

Da próxima vez que ouvir alguém comentar que vinho verde é verde, sorria e conte a história. Garanto que você vai ganhar pontos como apreciador e, claro, conquistar mais um fã desse clássico português.

Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!

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