WhatsApp

Vinhos em Harmonia – Todo vinho doce é suave? Entenda a diferença!

Data:
Livio Chiazzano

Quando alguém diz que um vinho é “doce”, normalmente está se referindo ao sabor adocicado perceptível no paladar

Vinhos em Harmonia – Todo vinho doce é suave? Entenda a diferença!
Freepik

Essa é uma das perguntas mais comuns entre quem está começando no mundo dos vinhos e a resposta é mais interessante do que parece: nem todo vinho doce é suave, e nem todo vinho suave é realmente doce. Confuso? Calma, vamos harmonizar esse assunto de vez.

Quando alguém diz que um vinho é “doce”, normalmente está se referindo ao sabor adocicado perceptível no paladar, aquele toque agradável que lembra frutas maduras, mel ou compotas. Já o termo “suave” tem outro significado: é uma classificação técnica, usada principalmente no Brasil, que indica a presença de açúcar residual após a fermentação; geralmente acima de 25 gramas por litro. Ou seja, todo vinho suave é doce, mas nem todo vinho doce é suave.

Nos vinhos finos, o dulçor natural costuma vir das próprias uvas, e não da adição de açúcar. Um exemplo são os vinhos de colheita tardia (late harvest), feitos com uvas colhidas mais maduras, concentradas em açúcar e sabor. Esses vinhos são doces, mas elegantes, equilibrados e muito apreciados para acompanhar sobremesas ou queijos azuis. Outro exemplo são os vinhos do Porto e os Moscatéis, fortificados, com adição de aguardente vínica, o que interrompe a fermentação e preserva parte do açúcar natural das uvas.

Já os vinhos suaves comuns, vendidos em larga escala no Brasil, geralmente usam uvas de mesa (como Isabel ou Niágara) e recebem açúcar adicionado após a fermentação, o que resulta em um vinho de sabor simples, adocicado e com baixa acidez. São vinhos fáceis de beber, ideais para quem está começando, mas sem a complexidade aromática e gustativa dos vinhos finos.

Os vinhos doces combinam perfeitamente com sobremesas à base de frutas, tortas, pudins e queijos intensos. Uma taça de late harvest com cheesecake, por exemplo, é uma experiência sensorial completa. Já os vinhos suaves simples pedem companhia leve: queijos frescos, frutas e até uma tábua com castanhas.

No fim das contas, o segredo está no equilíbrio; o açúcar é apenas um dos elementos do vinho, e quando bem usado, pode transformar uma simples taça em um momento memorável.

Então, da próxima vez que alguém oferecer um “vinho doce”, lembre-se: ele pode ser um suave simples de mesa ou um nobre néctar de sobremesa. O importante é saber apreciar cada um dentro do seu propósito.

Até o nosso próximo encontro. TIM-TIM!

Tenha notícias
no seu e-mail