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Prefeitura contrata organização investigada em esquema que afastou ex-governador no RJ

Data:
Matheus Caldas

Um suposto sócio oculto da organização social, Gothardo Lopes Netto, foi preso na operação da PF. Ele foi prefeito de Volta Redonda

Prefeitura contrata organização investigada em esquema que afastou ex-governador no RJ
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A Prefeitura de Salvador firmou contrato de R$ 41,6 milhões com a Associação de Proteção de à Maternidade e à Infância de Mutuípe (Imaps Saúde), organização social apontada como envolvida num esquema de irregularidades na saúde do Rio de Janeiro, em 2020, que culminou com o afastamento do ex-governador Wilson Witzel, posteriormente deposto do cargo.

Segundo publicação contida na edição da última terça-feira (12) do Diário Oficial do Município, a empresa foi contratada para gerir a UPA Adroaldo Albergaria, em Paripe. O contrato de gestão é assinado pela secretária municipal de Saúde (SMS), Ana Paula Matos (PDT), vice-prefeita da cidade.

Segundo denúncia oferecida pelo Ministério Público, a Imaps Saúde, antes chamada de Apmim, direcionou “mediante promessa e/ou pagamento de propina,” contratos de gestão de dois hospitais para outras Organizações Sociais”: Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda, e o Hospital Dona Lindu, em Paraíba do Sul. Ambas são cidades no Rio de Janeiro.

Os hospitais seriam voltados para atendimento exclusivo a vítimas da Covid-19, em 2020, auge da pandemia no Brasil. Diante dos indícios coletados pela Polícia Federal Tris in Idem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento de Witzel.

Um suposto sócio oculto da organização social, Gothardo Lopes Netto, foi preso na operação da PF. Ele foi prefeito de Volta Redonda. 

De acordo com o jornal Extra, o Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) decidiu suspender contratos firmados entre a Secretária de Estado de Saúde do RJ e Organizações Sociais que fariam a operação dos hospitais Anchieta e Zilda Arns. 

Segundo o TCE, foram encontrados "fortes indícios da existência de irregularidade", no processo de seleção das OSs. Por conta disto, após três meses sem receber os repasses, em junho a Imaps Saúde decidiu parar de receber na unidade hospitalar pacientes infectados com o novo coronavírus.

Na ocasião, a defesa de Gothardo disse, em nota, desconher as razões e fundamentos legais que motivaram a decisão da decretação da medida prisional e que não possui meios para apresentar maiores esclarecimentos no momento.

O Portal do Casé pediu respostas à SMS e à Imaps Saúde, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve respostas.

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