O governo brasileiro suspendeu a concessão de novos vistos temporários para trabalhadores chineses envolvidos na construção da fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores. A medida foi adotada após uma força-tarefa de órgãos federais interditar a obra, ao identificar 163 operários chineses em condições análogas à escravidão.
Esses trabalhadores eram contratados pela Jinjiang Group, uma das empreiteiras subcontratadas pela BYD para a realização da obra.
A construtora nega as acusações, e a BYD afirmou que não tolera “desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana”, o que levou à decisão de "encerrar imediatamente" o contrato com a empresa terceirizada.
Os trabalhadores chineses haviam recebido o visto de trabalho tipo Vitem V, destinado a estrangeiros com qualificações ou experiência compatíveis com as atividades que iriam desempenhar no Brasil.
A suspensão da concessão de novos vistos foi determinada pelo Itamaraty, até a conclusão das investigações sobre a denúncia de trabalho escravo.
A análise da documentação e a concessão dos vistos de trabalho são de responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Em nota, o ministério informou que, caso a investigação comprove o desrespeito à legislação migratória e ao vínculo trabalhista entre a empresa e os trabalhadores, as autorizações de residência serão canceladas, conforme a legislação brasileira.
“Caso a apuração comprove o desrespeito à legislação migratória, inclusive no que concerne ao tipo de vínculo trabalhista entre a empresa e os empregados migrantes, as autorizações de residência concedidas serão canceladas, conforme prevê a legislação brasileira”, alegou.
Brasil interrompe concessão de vistos para trabalhadores da BYD
Data: 30 de Dezembro de 2024Da redação
Medida foi adotada após 163 operários chineses srerem indentificados em condições análogas à escravidão