O Tribunal de Justiça da Bahia revogou o mandado de prisão contra Marcelo Batista da Silva, investigado pela Polícia Civil pelo duplo homicídio de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matuzalem Lima Muniz, ocorridas em novembro de 2024 no caso que ficou conhecido como "mistério do ferro-velho".
O Portal do Casé apurou ainda que outros dois homens presos pelo crime, Marcelo Durão Costa e Clóvis Antônio Santana Durão Júnior, foram soltos.
A decisão que beneficiou a dupla foi tomada no final de fevereiro pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira. No texto, o magistrado acolheu pedidos dos advogados dos suspeitos, que alegavam ausência da comunicação da prisão à família dos presos. Também argumentaram que eles são réus primários, de bons antecedentes, com ocupação lícita definida como Servidor Público do Estado da Bahia, residências fixas e famílias.
"Inexistem nos autos elementos demonstrativos da necessidade de se manter a prisão processual dos indiciados, estando claro que não pretendem eles furtar-se à aplicação da lei penal, vez que possuem endereço conhecido, podendo ser localizados a qualquer momento para a prática dos atos processuais", ponderou o juiz.
Marcelo Durão é soldado da Polícia Militar. Investigação da Polícia Civil da Bahia aponta que ele e Clóvis, a mando de Marcelo, mataram e ocultaram os corpos das vítimas, que até hoje não foram encontrados. Investigadores acreditam que o grupo de milicianos está envolvido em outros assassinatos ainda não elucidados.
Sem mandado de prisão em aberto, Marcelo não pode, pelo menos nesse momento, ser posto atrás das grades. Já Durão e Clóvis vão ficar com tornozeleira eletrônica. Eles estão, além de outras medidas, proibidos de frequentar bares. Além disso, não poderão sair de Salvador, ou afastar-se dos endereços de suas residências mais de 50 metros, ente 19h até às 6h, de segunda a sexta-feira e dias de folga. Juiz também determinou que eles não façam uso de bebida alcoólica, bem como não frequentar locais de jogos de azar.
CASO
O sumiço foi comunicado ao Departamento de Proteção à Pessoa em 4 de novembro. Quatro dias depois, o Tribunal de Justiça autorizou buscas nos endereços residencial e comercial do empresário. Marcelo mora em um apartamento duplex, no 17º andar de um condomínio de luxo no bairro de Pituaçu, em Salvador. A firma dele, Prometais, funciona em Pirajá. Nos dois endereços, a polícia encontrou vestígios de fuga e ocultação de provas.
Na empresa de Marcelo, onde familiares acreditam que Paulo e Matusalém tenham sido executados, a Polícia Civil acha vestígios de sangue dentro de um lixo. Além disso, o sistema de câmeras de segurança, com mais de 50 equipamentos que monitoravam todo o imóvel, já estava destruído. "Cabe destacar que praticamente todo o monitoramento foi inutilizado, e possivelmente continha imagens da TORTURA e EXECUÇÃO das vítimas", chegaram a afirmar os policiais.