Seis ex-policiais militares foram condenados a até 24 anos de prisão pelos crimes de sequestro, tortura e roubo, praticados durante uma abordagem. Os crimes ocorreram em maio de 2019, no bairro de Fazenda Coutos, em Salvador, quando a vítima foi retirada à força de um estabelecimento comercial, conduzida para um local deserto e submetida a tortura física e psicológica.
A informação foi confirmada pelo Ministério Público da Bahia no último dia 13. Nesta segunda-feira (16), a reportagem do Portal do Casé confirmou que os ex-PMs presos são o então sargento Rosil José de Souza; e os ex-soldados: Rafael Luís Almeida Batista; Raimundo Nonato Freitas da Silva; Magno Santos Moreira; Alberto Pinheiro dos Santos Júnior; e Lucas Franklin da Hora.
De acordo com a denúncia do MP, os policiais sequestraram a vítima e a submeteram a tortura para que realizassem saques e transferências bancárias, que somaram R$ 12,4 mil. Além disso, pertences pessoais, como relógio, perfume e celular, foram roubados. A investigação contou com imagens de câmeras de segurança e testemunhos, essenciais para a identificação e condenação dos envolvidos.
As penas impostas aos réus variam conforme o grau de participação de cada um nos crimes. O PM considerado o principal responsável recebeu a maior pena: 26 anos, 11 meses e 3 dias de reclusão. Outro réu foi sentenciado a 24 anos, 2 meses e 2 dias, mesma pena atribuída a dois outros envolvidos. Os últimos condenados, com participação menor, foram sentenciados a 17 anos, 2 meses e 6 dias.
Além das penas de prisão, todos os policiais perderam os cargos públicos e foram interditados do exercício de funções públicas por um período equivalente ao dobro das penas. O direito de recorrer em liberdade foi negado.
A operação criminosa teve início quando os policiais, em serviço, abordaram a vítima em um estabelecimento comercial no bairro de Fazenda Coutos. Sob coerção, a vítima foi forçada a entrar na viatura e levada a um local isolado, onde sofreu agressões físicas e tortura psicológica, incluindo choques elétricos.
Após a violência, destaca a denúncia, os policiais obrigaram a vítima a fornecer seu cartão bancário, realizando em seguida uma série de saques e transferências. Os pertences roubados foram retirados da residência da vítima. As investigações, conduzidas de maneira minuciosa, reuniram provas como imagens de câmeras de segurança do local da abordagem e das agências bancárias onde ocorreram os saques.