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Trabalhadores acusam Fundação José Silveira de atrasos e cortes salariais: 'Pagam o que querem'

Data:
Maria Eduarda Moura*

Também há queixas de descontos indevidos e pressão psicológica aos funcionários

Trabalhadores acusam Fundação José Silveira de atrasos e cortes salariais: 'Pagam o que querem'
Divulgação

A Fundação José Silveira (FJS) voltou a ser alvo de reclamações por parte dos funcionários, que ainda sofrem com salários atrasados todos os meses. A empresa, que tem contrato com a Secretaria da Saúde da Bahia para gerir unidades de saúde, foi denunciada por trabalhadores de nove instituições.    

As principais queixas dos funcionários estão relacionadas à falta de previsão para receber salários atrasados, descumprimento de datas e de pagamento de benefícios trabalhistas - como férias, por exemplo. A situação já foi denunciada em 2023 pelo Portal do Casé.  

Um funcionário da FJS, que não quis se identificar, conversou com o Portal do Casé e contou que, embora os contra cheques tenham previsão para os primeiros dias do mês, o pagamento não tem data fixa para acontecer. 

“A única prova que temos para comprovar essa situação são os boletos bancários”, relata o funcionário.

Com a chegada do fim do ano e as parcelas do 13º salário, o que deveria ser um momento de alívio se tornou mais uma queixa para os trabalhadores.

“O valor da parcela não chega aos funcionários, eles [a Fundação] pagam o que querem aos trabalhadores”.

Ainda de acordo com a testemunha, há profissionais que saíram de férias 2019 e ainda não receberam essa parcela do pagamento.

"Somente depois de trinta dias que voltamos a trabalhar, recebemos o valor das férias".

Outra denúncia é a de descontos indevidos. Segundo os relatos, plantões de mais de 24 horas são descontados de forma recorrente, sob a justificativa de que os empregados não teriam batido o ponto do plantão. 

Entretanto, enfermeiros e técnicos que teriam comprovado a presença não receberam o valor.

"Muitos profissionais chegam a adoecer e colocar atestado, e são cobrados mesmo assim. E quando você vai lá reclamar você acaba sendo descontado novamente, em R$200, $R250", completou a testemunha.

“Passamos por todo esse terror e quando vamos na instituição cobrar, somos tratados com ignorância, risadinhas. Muitos profissionais estão enfrentando problemas psicológicos por conta d presses problemas financeiros".

A Fundação José Silveira é responsável pela Maternidade Albert Sabin; o Hospital Geral Prado Valadares; o Hospital Juliano Moreira; o Hospital Geral de Ipiaú; o Instituto de Perinatalogia da Bahia; e o Instituto Couto Maia.

O Portal do Casé entrou em contato com a assessoria da Fundação, mas, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.

*Sob a supervisão de Antonio Dilson Neto

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